domingo, 26 de julho de 2020

Tecer e enrolar a vida



Quando vovó envelheceu, vivia deitada na cama, talvez sonhasse ser menina outra vez. 
As colchas e mantas lhe cobriam, mas suas mãos pequenas e enrugadas toda a coberta enrolava. Manta virava rolo, cobertor um pedacinho de trapo enrolado.
Nas suas mãos tudo virava um fio, como sua vida.

Paula Belmino
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Foto de meus avós Galdino Simões e Sebastina Venâncio. 


Perdi meu avô aos 7 anos, mas seu afeto, sua  voz cantando e tocando numa lata, para eu me alimentar,  o cheiro do café pilado e torrado, a  sua arte natural de contar histórias nunca se perderam dentro de mim.

Guardo o seu cheiro, a voz, a figura paterna.

Da minha avó, a doçura da voz, a maneira de educar com amor, o cuidado com a casa, o aconselhar ,  os cafuné, o pentear e catar piolhos contando histórias e cantigas.


Feliz dia dos avós!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma saudade que não passa, Paula. Me lembro bem também dos meus avós. E tenho minha avó paterna.

Laura também mantém viva a memória do vovô com quem teve o privilégio de conviver por 9 anos e receber tudo quanto o pai daria a uma filha. E ele deu todo amor e cuidado. Inesquecíveis.

Linda homenagem aos avós! Parabéns!!

Beijo!

Renata e Laura

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de domingo, querida amiga Paula!
Ter tido uma avó maravilhosa e outra que não convivi tanto, mas foi igualmente santa, é uma bênção.
Bonito seu post de homenagem a quem tanto nos amou.
Tenha uma nova semana abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem