quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

ABC das Coisas Boas




Palavras ecoam dentro da gente

Um ABC de coisas boas
Sonhos, amizade, saudade
o tempo pra dividir 
com os amigos na escola

um sorriso, a aprendizagem.
De A a Z um universo de brincadeira
de sentimentos a se expressar
ler um bom livro,
correr, pular, abraçar.
No mundo do alfabeto,
de coisas boas se encher
se aventurar.
No reino do ABC das coisas boas
brincar, imaginar. 
Quem assim nele viver 
só tem nessa vida a ganhar.

Paula Belmino



E em breve voltamos às aulas e já separamos por aqui os livros que vamos começar trabalhar com as crianças.
Na alfabetização o ler e o escrever, mas além das letras para letrar, lendo, um mundo todo, com poesia e muitos outros gêneros textuais, trabalhando a vivência do livro, o sentido das palavras, para além do fonema, do grafar, alfabetizar no extenso de saber ler e contextualizar.


O livro ABC das Coisas Boas de Marcia Paganini com ilustrações de Carla Pilla pela Editora Bambolê @editora_bambole  traz uma lista de A a Z de coisas boas como abraço, família, livro, quintal, recreio etc...




Um livro especial para introduzir as palavras e seus importantes significados e sentidos com as crianças e ler brincando, vivenciando toda a magia de nosso alfabeto e da riqueza de nossa Língua Portuguesa.
.

Para comprar o livro


Saudade Líquida







Esta saudade
retalha a alma
desmancha-se em fios, a vida,
novelo de sentimentos misturados.
Esta saudade
é  folha  ao chão caída
a escorrer no tempo,
levada pelo vento.
Esta saudade e
uma borboleta
dando voltas
envolvida no pensamento,
é só nostalgia.
Saudade líquida
derramada em lágrimas
a misturar-se a rios e mares.
É oceano de sentimentos.
Esta saudade é semente de amor,
E água de muitos moinhos.
É alma.
Esta saudade é néctar de toda flor
Vento,
Oceano,
Dor.

Paula Belmino

Dia 30 de janeiro dia da saudade

domingo, 27 de janeiro de 2019

O velho que trazia a noite



O velho dava medo no menino, com sua perna de pau e tão esquisito, parecia o velho do saco. De roupa preta causava pavor  quando as escadas descia, só saia de casa no fim da tarde. O que seria o mistério, o menino vivia  em agonia


E perguntava com insistência à mãe, porque o velho só desce á tarde?
A mãe logo respondia ao menino que era pra trazer a noite.



O velho fumava um cachimbo. E ria, e no seu riso o sol se escondia, ria de novo e e sol aparecia.
O velho misterioso, trazia a lua  e lobisomens, levava canto de colibris e  estrelas que tremiam.
Cantava que era 
o perneta 
de perna de pau, 
de olho de vidro,
e cara de mau.

E o dia escurecia, ele  trazia a noite tripreta no olhar.


E o menino via na noite o terror, o medo de dormir no escuro, mas tinha da mãe, cantigas, chás benzeduras e um canto na mão.


A mãe sabia fazer a luz nascer também,
De noite o velho buscava
de manhã a mãe trazia.
Era parteira, ajudava as crianças vir ao mundo, rasgando a noite em duas.
O menino vivia cercado do canto de muitos tipos de pássaros, na aurora, clareando seu dia.
E acordava com cheiro de doce, ouvindo cantoria
a mãe ocupada no fogão, ou sendo levada pela ventania, 
fazendo nascer as crianças
e o filho cercado de ansiedade, do medo do velho que tinha...


O tempo passando, o ressoo do perneta descendo as escadas, até o menino dormir, crescer e não ouvir mais nada que não fosse as belas lembranças de sua infância


O velho que trazia a noite é um livro lido de Sérgio Capparelli com ilustrações de Lélis publicado pela Global Editora, um livro lindo escrito com toda a sensibilidade da poesia, cheio de ternura, cantigas e imaginário popular que povoa a mente de todos nós, experiências e mitos como o velho do saco, lobisomem e outras histórias contadas pelos nossos pais que o autor Sérgio Capparelli transformou neste livro lindo


 O livro ganhou  do Prêmio Odylo Costa Filho, da FNLIJ o melhor para criança na categoria poesia.

Além do selo Lista de Honra do IBBY International Board on Books for Young People



Para comprar o livro:

https://globaleditora.com.br/catalogos/livro/?id=2507

Até quando esse vale, Vale?


Até quando caminharemos 
por esse vale de lágrimas

de água, minério,
de lama.

Até quando Vale?
O horror, a vergonha,

a triste dor, o horror
como foi em Mariana.
E quando achávamos;
Ficariam apenas cicatrizes, 
vem essa sangria no peito,
na alma outra vez, 
o choro, o vazio,
Tudo jogado na lama.
Um vale amargo,
Dissabor,
A morte se impunha.
E como foi já um dia
com tantas mulheres, homens, crianças,
O rio doce da paz
Chora a desesperança.
Ainda agora, vi a natureza inteira,
uma cidade Mineira,
Perdida por esse vale de lágrimas.
Brumadinho, Minas Gerais
Choramos com você
todos esses doloridos ais.


Paula Belmino

*Arte linda e cheia de sentimento da artista Nice Lopes


Ah! Se no caminho

Só encontrassem beleza e vida 

Como em outrora.
No vale, a sombra da morte
Brumadinho enche-se de lama,

 de dor, de lágrimas, 
uma dura sorte.

A terra chora,
as águas, 
as flores,

os amores que foram embora.


Paula Belmino

Histórias como essas deviam apenas está na literatura e ter ficado no passado, sem nunca machucar a vida.




E quando a gente pensava que a triste tragédia de Mariana -MG tinha ensinado as grandes estatais que não sabem quanto vale a vida e só pensam no lucro.
A história se repete em Brumadinho com mais vítimas do descaso.

O livro de Ana Rapha Nunes  se chama Mariana e é publicado pela Editora InVerso conta a história de uma menina com o mesmo nome da cidade, Mariana, que tem sua vida mudada pela tragédia.
O livro é uma homenagem da autora à cidade, às vítimas, mas nunca se imaginou que este triste fato voltasse em tão pouco tempo se repetir.
Mariana vive com o pai e a mãe, o pai trabalha dirigindo pelas estradas do Brasil afora.E para dar uma vida melhor à família compra uma nova casa noutra cidade.
Mariana ama a escola, língua portuguesa, seus professores. Tem um ótimo com quem duvide segredos e sonha em conhecer o mar.
Deixa sua cidade em busca de uma vida melhor e sai de Timóteo, para Mariana , lá ela cresce, descobre o primeiro amor, faz amizades, até que passa junto com outras pessoas desse momento difícil.
Como termina a história? Com uma lição que deveria ter sido aprendida pela Vale, pelos governantes com leis mais duras para preservar a vida e o meio ambiente.

Histórias assim só deviam ficar nos livros!

*Na foto a resenha da história feita por Anayara Santos

E outro livro que trata a absurdez e a dor de mariana e do Rio Doce e toda a vida ao redor é Um dia, Um rio de Leo Cunha que já tanto falei por aqui, mas vale relembrar para nunca esquecermos e para isso a poesia se presta para denunciar e também humanizar 

Vovó Cicera Conta com muita emoção:




Oremos por Brumadinho -MG


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Abecedário Poético de Frutas





Para aprender ler poesia


A gente lê poesia assim: vivenciando
sentindo o cheiro, o sabor.
Apropriando-se da poesia com os sentidos,
pra compreender a poesia
que não precisa de razão, apenas de sentimentos.
A gente lê poesia assim:
Compartilhada, pública.
Poesia falada com o coração
na voz ao vento,
aos quatro tempos,
em qualquer lugar, em qualquer momento.
A gente lê poesia assim:
com terna paixão,
dando vazão à imaginação.
A gente lê poesia com o corpo todo,
com a natureza perto
pra gente se sentir parte dela
como de verdade o somos.
A gente lê poesia com a alma aberta,
e o sonho de ver todos lendo,
por direito e por prazer
a poesia que há em se saber ler.




Paula Belmino


Muita gente diz não gostar de poesia, não entender, nãos aber ler, já ouvi muitos amigos dizer que lê e não entende. Talvez seja pelo simples fato de que poesia não é para entender, é para sentir.
Foi assim lendo poesia para sentir e viver que tivemos ontem uma tarde toda cheia de poesia , momentos de leitura ontem no sitio da minha amiga Vitória Lópes.  Nada foi combinado, apenas a gente leva muitos livros, as meninas leem , nós duas lemos, a irmã dela lê, sem registro de fotos, lemos sem obrigação a nada, só  de cumprir o papel do livro quem está por perto ler.

Lendo o poema tamarindo




Lendo o poema Manga


Lendo o poema jaca




É lindo a poesia do livro Abecedário Poético de Frutas de Roseana Murray com ilustrações de Claudia Simões pela Editora Rovelle
Ler assim fez sentido, cada poema lido embaixo de cada pé de fruta descrito no livro. Lemos na jaqueira, nas mangueiras, embaixo das Laranjeiras, Goiabeiras, tamarineiros, entre outras plantas frutíferas dali, todas carregadas de frutas da época, as crianças comeram o livro literalmente e eu ainda trouxe de presente jacas, mangas tudo tirado do pé.
E claro, eu vi as meninas correndo de um pé de fruta a outro, e quis participar . (Vejam os vídeos em boa resolução colocando HD ou 360p)



Leiturinha do poema Tamarindo, que a Alice achava que era chamado Tamaringo (rios)



O livro Abecedário Poético de Frutas de Roseana Murray reúne frutas conhecidas e nem tão pouco assim e ainda  poeta com sua arte de escrever pede licença poética para criar poemas de frutas que pensamos nem existir. Roseana ama árvores e em seu jardim tem flores e frutas e o que fez nesse livro foi dar toda sua contribuição  para aguçar o sabor e o desejo da gente está mais perto das árvores, de se alimentar melhor com frutas do pé.

Para comprar o livro:

https://www.saraiva.com.br/abecedario-poetico-de-frutas-8530764.html

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

A bruxinha Keka


Uma bruxinha atrapalhada, divertida e engraçada, sempre tentando criar uma ideia fabulosa, estuda as poções mágicas da avó, mas ao tentar fazer a magia muda um ingrediente e a mágica sai errada.



Os sapatos viraram patos,
o patinete, vira um bule com bico pra baixo.
Será que Keka aprenderá um dia fazer uma mágica legal que dê certo?




Keka quando falha recorre sempre à sua prima e Birla, para lhe ajudar a desmanchar seus feitiços errados. Birla aconselha a Keka que pratique e também aprenda a desfazer os erros, é errando que se acerta.



Um dia Keka, Birla , outra bruxinha amiga chamada Georgia e outras bruxinhas recebem um convite especial: Um festival de mágica que premiará a melhor ideia.
Quem vencerá?

Será que dessa vez Keka aprenderá a usar os ingredientes corretamente?



O livro trata de valores, afeto, amizade, ingredientes importantes nas relações, e que cada um de nós pode fazer algo para fazer o mundo melhor, ser o melhor de nós.
O livro aponta para que o erro não seja sinal de fracasso, mas de uma ponte para o acerto, para o aprender, do não apenas copiar o que o outro fez, mas tentar criar seus próprios projetos.Ser protagonista de sua história.
Sempre na busca do melhor, tentar se superar, na busca do aperfeiçoamento e de aprender mais com o outro, mas também inovar.

Tem vídeo da Alice dando suas resenha do livro: Também na nossa página Poesia do Bem no Facebook


segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Rimandinho Tatiana Belinky


Brincar com Rimandinho
Um palhaço que fantasia com as palavras
que entona e desatina
sonha e ultrapassa a razão.
Palhaço Rimandinho
ama falar coisas sem sentido
é todo poesia esse palhacinho.
Gosta de ler e de rimar
e desafia a gente 
a se divertir e
 aprender a leitura fluente
Palavras com ritmo
e com agilidade
desafiando o trava-língua.
Rimandinho nos ensina a poesia do
ler para brincar
e compartilhar com quem ainda
 está aprendendo a ler.
Ler para desafiar a si mesmo
e despertar a curiosidade e a imaginação.
Ler para se atrever também a escrever e interagir
brincando de rimar
com o som das palavras.

Paula Belmino

Recebemos mais 4 livros da Editora Paulinas que estão fazendo a festa aqui em casa
Foram eles:

*Sabe como ele fala? escrito por Edméa Campbells com ilustrações de Ivan Coutinho

*Contos Africanos para crianças Brasileiras . Escrito por Rogério Andrade Barbosa e ilustrado por Maurício Veneza

*Branca de Rosinha Campos

*Francisco . O caminho das flores de Monique Morgill
E *Rimandinho de Tatiana Belinky com ilustrações de Cláudia Martins 

que destaco hoje aqui a leitura da Alice e a prima Hadassa




O livro Rimandinho escrito por Tatiana Belinky tem o poder que é só dela de brincar com as palavras e descaracteriza o sentido das coisas e dá outros significados com imaginação e ousadia, como por exemplo a vaca botar ovo, a bola ser quadrada. Uma leitura cheia de neologismo e muito afeto. 
O personagem é um palhaço, o Rimandinho que convida o leitor a brincar de rimar. Ora com os bichos e a natureza, ora incentiva a comer comida saudável. De repente inventa e desafia a criança a também rimar e dar vez e voz.
A leitura ajuda na fluência e é ótima para trabalhar ritmo,o humor, a fantasia e a sonoridade.
Ilustrado por Claudio Martins com desenhos coloridos e cheios de infância, desafia o leitor desde a primeira infância e adultos a voltar ao tempo de ler com prazer, como quem chupa um pirulito, numa pirulima, um pirulito com rima, com doce sabor de brincadeira.

Vejam mais:



Para comprar

https://www.paulinas.org.br/loja/rimandinho

sábado, 19 de janeiro de 2019

Escreve teu nome




Escreve teu nome na areia
Onde as ondas do mar
possam vir beijá-lo.
E levando teu nome às profundezas
Guardá-lo em tesouros
e mistérios abissais.
Teu nome é
uma promessa de felicidade.
Escreve teu nome com amor,
ao sol na praia
E mesmo que o na areia
ele venha se apagar,
lambido pelas ondas,
 Terra e céus o enxergará.
Antes de ser varrido e entregue ao mar
profundo em segredos,
o oceano
há de teu nome amar.
Seres guardiões da vida;
Anjos abissais,
mergulham o fundo do mar,
 quando cansam de voar
e acharão teu nome escrito
Lá no mais fundo das águas
 E levarão teu doce nome
aos ares celestiais,
pois teu nome dará
aos anjos a lembrança
E a força para ao céu retornar
E assim como o mar,
 os céus também possam por
teu meigo nome os abençoar.



Paula Belmino


domingo, 13 de janeiro de 2019

Leitor não se nasce, se cria.






A gente não nasce leitor, a gente vai se formando leitor, desde o útero, recebendo variedade de leitura, muito antes do nascimento, recebendo a leitura alimento, o pão de poesia.
E ao nascer, num berço, o ser pequeno e frágil, de livros coberto e vestido, além toda a sorte de afeto, ouvir as canções e cantigas, dorme-se e se sonha entre contos de fadas e fábulas, um leitor em criação.
A gente vai crescendo e se transformando leitor, renascendo de fora para dentro, quando pelo prazer da leitura se cresce e voa, se aperfeiçoa:
Das letras ao sonho,
da palavra à imaginação,
da realidade à fantasia numa história ouvida, ou lida.
A gente não nasce leitor, a gente se cria por meio das histórias contadas, dos livros vivenciados!
A palavra nos refaz  e nos constrói leitores, célula a célula, no amor e no prazer de se criar num ambiente chamado cercado de amor e respeito: O livro!

Paula Belmino

Obrigada aos parceiros: Editoras, amigos, poetas e escritores que nos ajudam nessa construção de uma sociedade leitora na formação da cidadania e de indivíduos conscientes de seus direitos.