terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Natal de verdade

 



Natalino


Ainda é Natal

Todo dia se espera o presente 

O Papai Noel virá?

Ainda é  Natal 

É tempo de esperança

De luzes a piscar

A família reunida

É Natal

O amor está no ar.


Todo dia deveria ser Natal

Não apenas o símbolo 

Mas o espírito a brilhar 

Natal o ano inteiro 

A paz a se espalhar.


Se o Natal verdadeiro 

Nascer em cada  coração 

A humanidade salvará!


Paula Belmino 

.

Recebemos um livro lindo sobre o Natal, um clima diferente, uma história que remete ao tema tão conhecido,  mas que traz o contexto de uma família pobre que anseia conhecer o Papai Noel e receber um presente. Na família de três irmãos, criada apenas pela mãe,  vive Natalino , seu nome  tem significados e herança,  o afeto,  o simbolismo. Natalino deseja viver o Natal que tantos falam, a mãe diz que o Papai  Noel não virá pois a casa tem cachorros que podem morder, e outros motivos o menino imagina para que ele não venha  aparecer . O livro é  escrito por @eliandrorocha e ilustrado por @alerampazo


Ao ler e ver as imagens que mostram um Natal simples numa família pobre, lembrei que quando criança não tínhamos árvores cheias de enfeites, gigantes, mas era meu avô quem fazia um espécie de árvore usando cabo de vassoura e arame, depois de pronta a base, minha mãe comprava papel seda verde e cortava , fazia cola com goma de tapioca , uma espécie de grude, e a gente montava , colocava-se as bolas, e um festão verde, ou dourado que brilhava luzinhas e acendia emoção em nossos corações.  Estes enfeites natalinos  eram guardadas de um ano para o outro numa caixa de sapato, com  muito cuidado. Enfeitava-se uma lata de leite com papel de presente, colocava-se areia e a árvore dentro, e embaixo dela um menino Jesus simples,  um anjinho, alguma imagem cristã como presépio . Ainda fazíamos uma vela usando as antigas latas de óleo  vazias coberta com papel camurça,  uma chama de cores diferentes e sob um prato de ágata,  ali a vela acesa, a luz do Natal  sob  a mesa. Pisca-pisca era coisa das casas abastadas  de nosso lugar.

Algumas amigas de minha mãe sabiam fazer sinos de papel de seda, nunca consegui, mas admirava o sininho a tocar no portal das casas, como quem badalasse convidando o Papai Noel  ou avisando que Cristo nasceu, era Belém,  e junto ao sono da matriz diziam: Cristo vem!


Nossa ceia não tinha perus, panetones, chesters, a iguaria era uma galinha criada no quintal, que se matava no dia,  e bem temperada,  cozinhava devagar numa panela  de barro em fogão à lenha ou carvão.  Servida  com  macarrão ou arroz  e farofa. Ás  vezes mamãe fazia salgadinhos ou pastéis com massa por ela estirada e cortadas bem feitos em óleo quente. Lembro que uma vez até estourou um pastel no óleo quente, e caiu  mim e na minha irmã e fomos dormir com as costas ardendo, cozinha não era lugar de criança. 


O Natal era diferente , era a família junta envolta da mesa , celebrando a vida.  Por sorte mesmo em meio à  simplicidade o Papai Noel  passava em nossa rua, num carro de som com muitos presentes e nos dava um copo com canudo, uma boneca de plástico, e  não entendíamos  porque ele não dava o que nós tínhamos pedido na carta que escreviamos e deixavámos  para ele. Outras vezes o Papai Noel deixava algo embaixo da nossa cama, é éramos advertidas: - Cuidado para não fazer xixi na cama, senão papai noel nao deixa o presente !

 A história de Natalino é  como a minha, como a de tantas  famílias, como o sonho de tcriantantasças,  e devia  ser mesmo e ter o real sentido supremo do Natal,  o amor em família,  o maior presente a vida, o afeto , as boas relações de amizade,  a esperança,  a fé,  o nunca perder o espírito da humildade,  do ser feliz nas pequenas coisas,  mesmo quando existem as dificuldades, as adversidades, saber que o tempo passa, o sino toca trazendo um dia,  a felicidade.


Paula Belmino 


📕 Natalino 

Livro escrito por Eliandro Rocha 

Ilustrado por Alexandre Rampazo

Publicado por  Escrita Fina Edições, pertencente ao Grupo Editorial Zit.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal é poesia





Natal de Jesus


É noite, 

Lá  se vão os reis

Seguem a estrela brilhante 

Luz guia  para o caminho

Ao encontro do filho de Deus.


Na pequena estalagem 

A vida raiou,

Maria dá  à luz,  

A luz para salvação do mundo.

Jesus chegou!


Numa manjedoura simples

Eis Jesus menino, 

Um  berço de simplicidade 

Para o recém-nascido.

Os reis chegam e o adoram

Com perfume, ouro e incenso 

Reverenciam a majestade.


Pastores e suas ovelhas, 

Também ouvem 

do céu a mensagem :

O rei Jesus nasceu 

Mostrando humildade.


 " Glória  a Deus nas alturas, 

e paz na terra

aos homens de boa vontade".  


Toda natureza vibra,

Silenciam os animais.

Na noite estrelada 

Só se ouve o cantar  dos anjos, 

E o rei menino dorme

Sob acalanto de seus pais.


A estrela de Belém brilhou 

É  Natal!

Nasceu Jesus, 

Cantem aleluia 

Nasceu o Rei da  paz. 


 Paula Belmino


Meu poema recitado por Alana Cavalcanti de Parnamirim para lhes desejar um feliz Natal 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

MOMENTO CULTURAL




Minha poesia do Livro A Menina que sabe chover fez parte do momento cultural da Tele aula de Parnamirim na Band RN
A Teleaula passa no canal local para que os alunos possam aprender nas aulas remotas e também se deleitar com arte e cultura.
A professora mediadora de leitura da Escola Municipal Antônio Basílio Vânia , a professora de música da mesma escola Anna Leandro e o professor Antônio Eliodécio da Escola Municipal Senador Carlos Alberto se reuniram numa linda cantata natalina, trazendo também trechos de livros de autores potiguares

Momentos lindos e reflexivos por meio da literatura, da arte, da música, levando poesia aos lares, pensando ser essa época do Natal, o tempo de agradecer as coisas simples da vida e renascermos cada dia, pessoas melhores.




sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Dia da Consciência Negra


 

No dia da consciência negra, não esquecer o passado, mas sempre lutar para que no presente não se repita o preconceito, o racismo, e lutar por um futuro, agora, de paz e direitos iguais.

O professor Deyvis Castro de Teresina-PI fez este lindo vídeo com o poema que eu e  a Camila Angelis publicamos para tratarmos esta data de consciência que deve ser constante.















terça-feira, 17 de novembro de 2020

Dara, criança bonita



Dara, criança
Dara pretinha
Teus olhos são estrelas
Direcionam o caminho.
Tens alegria de sol
Teu nome significa bonito
Dara é a herança
Guardada em teu sorriso.
Teus cabelos de tranças
Contam histórias, segredos
Contos da mãe África
Mistério, aventuras, alegrias e medos.
Dara, linda criança
Preta, pretinha
Teus cachos são ondas
Conchas e algas marinhas.

Tuas mãos brincadeira
Tua cabeça em turbante
Conta história, canta cultura
Teu corpo, marcas de um povo distante.

Teu povo foi segregado
Ao trazerem pra cá
Além do oceano,
Além do imenso mar.

Dara criança festiva
Com sua saia colorida
Flores, fitas, formas,
De esperança fostes vestida.

Tua dança, tua arte
É música tua língua, e o teu gingar
Reflete luta, força, resistência
Que deve-se respeitar.

Dara menina
Preta, pretinha.
Resplandece o amor
Esta tua cor de rainha.

Na diversidade nos completamos
Não precisamos ser iguais.
Na cor, na alma, todos humanos,
Somos seres ancestrais.
Paula Belmino







Ouçam o poema pela bela Alana, aluna da Escola Municipal Edmo Pinheiro em Parnamirim-RN






segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Minhas Gavetas




Guardo em gavetas antigas amores sonhados, platônicos, iludidos, desejados, vividos.  Dentro delas, com perfume de alfazema a infância, as brincadeiras, as árvores antigas, onde a menina se atrevia a escalar, sempre mais alto, e o pai pelo senso comum, de certo machista, dizia que menina não subia em árvore, mas ela atrevida, num instante,   ia do chão ao mais alto galho, para sentir o calor do sol no rosto, o vento levar os cabelos, como se levasse as flores desabrochadas.

  Bem guardadas em gavetas envernizadas  pelo tempo, guardo nomes sagrados: meu avô  contador de histórias, minha avó  passarinho,  vizinhos amados  que já se foram, primos, amigos, todos que se encantaram no céu, e bem acomodados, os nomes que fazem minha alma,  anunciam, contam  quem sou.

  Guardo em gavetas forradas de cetim, os sonhos, as manhãs dos livros lidos e das histórias ouvidas e contadas, vividas.

 Guardo neste armário, de gavetas imagináveis, os nomes, os cheiros, gostos, cores amareladas,  jardins.

Guardo em gavetas,  um fichário incontável da  minha história,  minhas memórias,  toda a saudade, toda vida, a poesia que habita em mim.


Paula Belmino 


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Bambolê e Pião. Poesia de Brincar







Com objetivo de vivenciar a poesia brincante, lendo e brincando, exercitando a imaginação e o corpo, a poesia na prática, fiz uma série de poemas de brincar, bambolê, pião, amarelinha, pipa e outros , fiz um desafio aos alunos, crianças leitoras para participarem lendo e brincando, recitando e gravar um vídeo marcando a hastag #lerebrincardepoesia

No final do mês realizaremos no instagram um sorteio de livro!
Passem lá e participem



Vejam que linda duas leitoras participando!





 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Feliz Aniversário Alice


E na primavera a bela flor se abriu
O que era deserto tornou-se terra florida
Trazendo luz e cor
E vida nova a quem amou.



 

Muita vida pra meu bem

Muita luz pra meu amor

Saúde, sorte, a força
Toda graça do Senhor

Muita paz pra quem mais amo
Toda virtude seja sua
Que os anjos bendigam noite e dia
Esta vida que é tua!

Muita felicidade, sorrisos mil
Satisfação e sucesso
Todos os bons desejos
Aos anjos, eu pra ti peço.

Serás sempre feliz
E com saúde, vida longa
Tetas êxito em tudo que se proponha!
Paula Belmino
.
Hoje minha pequena A faz 14 anos.

Paula Belmino



sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Poesia de Brincar

 




Pular corda


Pula, pula pipoquinha

Pula, pula,pula corda

Pula, pula pimentinha

Pula, pula e vai embora.


Um, dos, três pulos

Pimentinha ou pimentão?

Um pulo rapidinho,

Quatro, cinco, seis, bem rapidão.


Pula, pula, e bate palmas

E no ritmo dá uma voltinha

Pula, sem pisar na corda

Cuidado para não sair da linha.


Pula, pula musiquinha

Pula corda sem distração

Pulando, canta, e sente o vento

O corpo inteiro é vibração.


Pula corda menininha

Pula mulher, homenzarrão

A rua inteira pula corda

O corpo a levitar do chão.


Pula, pula, pula corda

É energia, é diversão

Brincar não  tem idade

E nem  contra-indicação.


Paula Belmino




Alice na foto por @rafasouzafoto aos 6 aninhos, e  daqui a três  dias já faz 14 anos. O tempo é  um pular corda

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Cuca (Da série: Folclore)












Além do texto com arte da amiga Camila do IG @Contacamilaconta


Recebemos este lindo vídeo por Laurinha lá de Mossoró recitando o poema:




Cantiga da Mãe d'água

Para brincar no Folclore:  Poema  no teatro de sombras.
Meu vídeo é  bem caseiro, mas deixo aqui a sugestão para  fazer com as crianças com os personagens bem enfeitados e ler na apresentação o poema :

Cantiga da Mãe d’água

Na canoa o pescador
Navega  no corpo do rio
Espera com sua rede
Pescar muitos peixinhos.

Vai, vai pescador
Na tua canoa navegar
Mas deixa no fundo do rio
Os peixinhos a brincar.

Mãe d’água e seus filhos
Lá  no fundo a chorar
Tanto peixe fora do rio
A despedir--se de seu lar.

Vai, vai pescador
Nestas águas se banhar
Guarda a rede, por favor,
Para Mãe d’água consolar.

Se for fome que sentes, pescador
O rio alimento proverá
Mas não pegue todos os peixes
Para Mãe d’água confortar.

Canoa segue seu fluxo
No leve e doce balançar
Pescador ouve o pedido
Da Mãe d’água a lamentar.

Essa é a cantiga
Da mãe d’água e seus peixinhos
Só se pesca o necessário,
Cuida das águas do rio!

E  lá vai o pescador
As águas a observar
Doce é a fonte da vida
E dela se deve cuidar.

Paula Belmino


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Saci Pererê (Da série Folclore)


Saci Pererê vive na mata,
É cheio de artimanha.
Fuma cachimbo, tem uma perna só,
É fazedor de façanhas.

Moleque travesso
Usa um gorro vermelho.
Ao fazer setenta e sete anos
Transforma-se em venenoso cogumelo.

Saci Pererê é conhecido
Por incomodar os cavalos
Fazer nó em suas crinas,
E depois, amarrar-lhes os rabos.

Quando se aproxima de casa
Vem pulando num pé só,
Ou dentro de um rodamoinho
Para esconder os óculos da vovó.

Assovia estridente
Assombrando quem cozinha
Queima as panelas no fogo
E choca os ovos da galinha.

Saci Pererê é traquina
Não gosta de caçadores,
Faz se perderem os viajantes
E na floresta causa-lhes horrores.

Para prender o saci
E acabar com a brincadeira
É preciso tirar-lhe o gorro,
Ter garrafa, rolha com cruz e peneira.

Passar a peneira
Por baixo do redemoinho
Fechá-lo na garrafa com a rolha
E por fumo no caminho.

Pelo fumo espanta-se o saci
Na garrafa prende-se apenas um
Mas existem muitos outros soltos
E você já viu algum?
Paula Belmino

A Aluna Alana da Escola Municipal Edmo Pinheiro em Parnamirim-RN recita o poema:


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Poesia no Ar

 

Nenhuma descrição de foto disponível.

Telhados


Gosto de ouvir
a primeira gota de luz
pousar de leve
nos telhados:
pouco a pouco
vai pintando o mundo
de azul e dourado.

Acordam os pássaros
de todas as cores,
bem-te-vis, andorinhas ,
sabiás,
e de todas as notas
musicais,
depois acordam os gatos
acariciando os telhados.

Então dia começa
com seu carrossel de ruídos
e eu bebo café com nuvem.
.

Roseana Murray in.Caixinha de música. Ed. Manati
.
Hoje é dia de "Poesia no Ar " momento de ouvir poesia na voz dos alunos da rede municipal de ensino com participação também de poemas dos autores tais como: Roseana Murray
Lalau Simões Lalau e Laurabeatriz
José de Castro

Eloí Elisabete Bocheco
Pablo Morenno e outros
.

Os poemas serão divulgados na  Rádio Nova Serrana
Às 10h:50 apresentado pelo locutor Ray Santos 

.
Ouça através da internet:
https://www.radios.com.br/aovivo/radio-serrana-879-fm/28361

.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Razões para aprofundar







 


N o fim de semana eu e o Paulo Rosa, educador, historiador e escritor batemos um papo sobre literatura e fomento à leitura  na série de lives que ele está realizando com o tema: Razões para aprofundar.


Para quem não assistiu ao vivo deixo aqui o vídeo gravado no canal do Paulo, curte lá, se inscreva e compartilhe



domingo, 9 de agosto de 2020

Pai





Pai  meu amigo

Meu ajudador

Sempre cuidou de mim, 

antes mesmo de eu nascer.

Amou-me, com desejo

Antes mesmo de me ver. 

Me ajuda nas atividades da escola, 

Brinca  comigo,

Passeia ao  meu lado 

e me leva  a lugares incríveis 

É confiança e abrigo.

Faz todos os meus desejos 

E meu prato preferido!

Do seu jeito,  calado, 

É  meu pai,

Meu doce amigo.


De Alice para o papai Reinaldo 


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A(gosto)

Agosto


Agosto chega
No emaranhado sonho
Amarelando folhas 
Soprando na janela 
Ventos de esperança. 

Agosto chega
Com  muitas cores
Azulando  o céu 
Anunciando auroras
E desejos mil.

Agosto prepara 
Mais que a esperança
Da expectativa.
Agosto traz a plena certeza
Tudo vai passar, o desgosto, 
Como o sopro do vento ,  
De agosto passará!


Agosto chega e
Abre a janela 
De um  novo tempo,
À gosto,   da boa e serena fé 
De quem sabe
a paz guardar.

Tudo vai ficar bem!
Tudo há de passar!

Agosto chega 
Renovando a vida 
E o nosso olhar.


Paula Belmino 


domingo, 26 de julho de 2020

Tecer e enrolar a vida



Quando vovó envelheceu, vivia deitada na cama, talvez sonhasse ser menina outra vez. 
As colchas e mantas lhe cobriam, mas suas mãos pequenas e enrugadas toda a coberta enrolava. Manta virava rolo, cobertor um pedacinho de trapo enrolado.
Nas suas mãos tudo virava um fio, como sua vida.

Paula Belmino
.
Foto de meus avós Galdino Simões e Sebastina Venâncio. 


Perdi meu avô aos 7 anos, mas seu afeto, sua  voz cantando e tocando numa lata, para eu me alimentar,  o cheiro do café pilado e torrado, a  sua arte natural de contar histórias nunca se perderam dentro de mim.

Guardo o seu cheiro, a voz, a figura paterna.

Da minha avó, a doçura da voz, a maneira de educar com amor, o cuidado com a casa, o aconselhar ,  os cafuné, o pentear e catar piolhos contando histórias e cantigas.


Feliz dia dos avós!!

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Sinônimo de amigo





Amigo é tesouro escondido
Pedra rara de valor
É aconchego preciso
É afinidade e amor.

Amigo é sonho alcançado
Exercício pra gente se conhecer
É respeito à diversidade
Espelho para a gente se ler.


Amigo é ternura
Uma ponte pra gente atravessar
Sair de nosso limite
Amigo nos faz voar.


Amigo é diálogo
Olhos nos olhos a falar
Amigo é um presente
Anjo de Deus a nos guardar.


Amigo é mão estendida,
Ombro amigo pra chorar
É a paz na tempestade
Calmaria em alto mar.


Amigo é presença certa,
Mesmo se ausente está
É abrigo, é casa, e colo
Amigo é coração a se amar.


Amigo é como irmão
Talvez, ainda mais se ame
Alma gêmea formado no afeto
Como é lindo este nome!


Amigo é onde habita lembranças
Dos dias felizes ou tristes
É saudade, sorriso, é poesia.
E sem amigos a vida não existe.


Paula Belmino

terça-feira, 14 de julho de 2020

Préstimo


Faço nada perante a imensidão
Que sou eu, que não uma erva,
Pau seco, à beira da estrada?
Ora, vez por outra 

a chuva cai em mim e me floresce,
enverdeço, depois seco.
Sou sempre assim necessitada, incompleta.
A multidão de aves e seres miúdos buscam redimir-me
Pouso em mim não acham, e vagam, vão embora,
Esperando que a natureza de novo refaça meu ser oco e seco.
Tenho a sorte, de vez em quando o inverno florescer
algo que preste em mim,
E me faço primavera por um instante.
De resto, nada mais sirvo,
Que não, para ser levada ao vento,
Uma semente de poesia,
Sonhando ter asa
Ser céu, ser ave.
Flor nas alturas a acolher as chuvas,
Nuvens, e ares.

Paula Belmino


segunda-feira, 6 de julho de 2020

O amor é borboleta








O amor é  delicado como asas de borboletas. 
Um vento forte demais esgarça a trama e a sutileza de suas cores.
O amor é  sensível tal como as antenas da borboleta que percebe afrontas e rumores de morte, e em qualquer terreno impróprio, desmaia e se esvai.
O amor é uma borboleta frágil e indefesa. Ferida em lugar inóspito,  moribunda, anseia a mão que a salve, o coração  bondoso que acolha, o jardim que lhe sare das agruras vividas.
O amor nasce e morre todo dia, feito a pequena borboleta machucada, com asas dilaceradas, olhos inertes, cores desbotadas... 
O amor morre na dor da inospitalidade, mas renasce em um outro jardim, numa outra flor, noutras mãos e no coração de quem sabe quanto é  terno o amor, 
Leve e raro, como asas de borboletas em dia azul claro.
O amor é uma borboleta, dengosa,
E há  de se ter por ele,  imenso cuidado
Para que renasça sempre em lugar apropriado. 

Paula Belmino


segunda-feira, 29 de junho de 2020

Quando Chega Junho



Sertão Junino

Gosto de colorido
Das cores de meu sertão
Nas colchas de retalho,
No xadrez, nas fitas do meu cordão.

No vestido de chita
Nas flores da estação
Nas casas de barro pintadas
Das festas, a animação.

Gosto de brincar feliz
Soltando pipa, jogando pião
Nos festejos juninos
Soltar chuveiro e rojão.

Gosto das cores vivas
Do céu pintado de balão
Das bandeirinhas que enfeitam
A noite toda, as festas de meu sertão.

Paula Belmino



E o mês vai findando,muita saudade no coração.
Tempo de refletir, de olhar pra frente, mesmo quando a emoção dos dias idos
nos prende a atenção.

Termino o mês com a poesia de meus poemas  com temática junina que virou E-Book pela Editora InVerso





E um vídeo lindo com meu poema "Juramento Junino" que ganhou ilustração da Duda Weis