quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Amor Indolente




                                           Como quem espera com paciência
dentro de si guarda veemente
o amor de juventude
e serena pressente todos os dias
reminiscências de um tempo nunca ido
como quem anseia sua volta.
Na carne as marcas,
as cicatrizes enrugadas
de um amor desesperado
urgente e impetuoso,
a  viver latente,
guardado a sete chaves
no coração onde a voz já se perdeu.
Vive ali remoendo o passado
num amor latente
um amor feroz
no silêncio que dói.
Na cerne o sentimento surreal
é razão de toda inspiração
é sua poesia,
o hálito da vida que se debulha dia a dia.
E quando a saudade é tamanha
se conta as pérolas na alma,
a graça do amor selado
a viver encoberto na multidão
de sentimentos dolosos.
Vez ou outra corrompe-se
o coração  pulsa
salta nos versos de amor
e grita a saudade
que tu lês agora.

Paula Belmino



Este poema encontra-se na página do Recanto das Letras


Cantoriando no jardim







Com a primavera florindo nada melhor que deixar a leitura florescer na alma, os poemas de flor, de fruto, de paz, de calma. E poder assim vislumbrar a natureza, aprender bem perto dela, observando uma borboleta que voa, num pássaro que canta e entoa o canto da paz.
Assim vai sendo nossas aulas fora da sala de aula, no jardim, debaixo das sombras de mangueira e figueira. Os livros viram folhas, e frutos, são pé de poesia.
Tem horas que são flores no jardim. e de repente a gente come uma bela salada de frutas
 são pontes, são asas, são barcos, são comida e bebida.
Trabalhamos de forma interdisciplina: Primeiro o ler e em tudo ler e vivenciar, dai a gente brinca, entoa, recita, ler em grupo, individual, em duplas, e pode ler a perder de vista, experimentar o sabor da poesia, nesse caso aqui o chá de camomila flor, da poesia de Eloí Bocheco no livro Cantorias de Jardim

As crianças leem e se inspiram em criar seus versos




Primavera já chegou
Minha vida coloriu
Tia Paula faz poema
Até Eloí Bocheco amou

Maria Luiza



A gente lê em cima ou embaixo da árvore e depois experimenta as frutas,as flores em chás e sucos aprende conceitos como fotossíntese e clorofila também além de ler e escrever receitas, poemas as crianças aprendem matemática de forma lúdica como por exemplo unidade de medidas de capacidade, fazendo a experiência para resolver situações-problema, por ex:
 Quantos copos de 100 ml cabem num litro de chá?
Se um litro tem 1000ml quantos ml tem em 3 litros?
Mamãe fez 1 litro de chá para 4 pessoas em xícaras iguais quantos ml d chá cada uma tomou?
Qual a metade de um litro?
E assim por diante, a gente aprende brincando
A poesia a gente canta, sente, ouve, atravessa os poros e os demais sentidos
As crianças levam o conhecimento para casa, pesquisam propriedades, ensinam aos pais,acabam por tomar sucos e chás de forma tranquila pois compreendem que não é chá para doença, é chá de flor, pra gente virar primavera por dentro hehe
E se deliciam e aprendem de forma significativa.

Olhem só:


Por dim as crianças se divertem, cantam, aprendem e sonhar, são estimuladas a se expressar, sentir a música com a alma, com o corpo todo.


Olha ai aula voz e violão com participação da minha irmã Andreia Belmino que terminou a aula com a canção da primavera que eles adoram musicada pelo grupo Crianceiras 

Assistam e se inscrevam no nosso canal!


O livro de Eloí Bocheco com ilustrações de Elma reúne 21 poemas sobre flores e é publicado Pela Editora Paulinas e pode ser comprado pelo site:

terça-feira, 26 de setembro de 2017

No Jardim com Roseana Murray



Com a poesia no jardim
lida, vista, sentida
entre  flores e borboletas
as crianças dançam em festa
leem e fantasiam
sonham ser passarinhos
querem como as borboletas voar.
E tudo se faz primavera
no ler e brincar
quando a poesia é flor dentro delas
a desabrochar.


Paula Belmino






Assim iniciamos nossa aula de leitura sempre com um momento diferenciado e especial para que as crianças sintam prazer em ler e mais que isto que vivam a poesia, sintam com todos os sentidos a leitura.
Falando de flores e primavera criamos o pé de livro, o pé de poesia, livros sobre natureza onde as crianças individualmente liam e se juntavam a um grupo para depois de escolherem um poema tentar memorizar e apresentar para toda turma, ali embaixo da sombra. Poesia pura!

Essa é nossa apresentação do livro Jardins de Roseana Murray


Assistam uns momentos:








segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Entre nuvens, margaridas, e flores de poesia



Chegou livro aqui
as flores de poesia perfumada
entre nuvens e margaridas
e no nosso jardim outras flores
a encantar de vida as crianças
pra ser primavera sempre.

Paula Belmino

Este é o livro de Poliana Barbosa


Inspirada na foto da semana nesta brincadeira da Chica, no blog Chica brinca de Poesia fizemos este poema:


Flores ali vestindo de vida a árvore
a alma que dança com elas
no vento
a murmurar segredos.
As flores desabrochadas 
podiam ser rosas, margaridas, girassóis
qualquer que seja as flores
todas aladas nos encantam
voando ou pousadas,
borboletas em festa,
passarinhos em revoada.
E a primavera na planta fazendo morada
pois tem sempre no coração a casa.

Paula Belmino


Assistam o nosso momento "Poesia Bemdita" e se inscrevam em nosso canal no youtube




Para participar também clica na imagem



Para comprar o livro de Poliana Barbosa entre em contato diretamente com a autora

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ou escolha outro título lindo: O casamento da dona Joaninha pelo site com promoção e ainda  com frete gratis. Imperdível!



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domingo, 24 de setembro de 2017

Canção da Primavera



Canção da Primavera

(Para Érico Veríssimo)

Primavera cruza o rio
Cruza o sonho que tu sonhas.
Na cidade adormecida
Primavera vem chegando.

Catavento enlouqueceu,
Ficou girando, girando.
Em torno do catavento
Dancemos todos em bando.

Dancemos todos, dancemos,
Amadas, Mortos, Amigos,
Dancemos todos até
Não mais saber-se o motivo...
Até que as paineiras tenham
Por sobre os muros florido!


Mario Quintana; Canções, 1946

Em casa celebramos a primavera coma  Alice lendo no jardim:



E na escola além da leitura cantamos o poema de Mário Quintana musicado pelo Crianceiras


sábado, 23 de setembro de 2017

Dandi e a árvore palavreira.





Dandi era um menino sonhador.
O filho caçula de uma família grande com mais 4 irmãos, João, Jonas, Jacira, Janaína e ele Jurandir que apelidado carinhosamente virou Dandi


Dandi sonhava em conhecer a escola, pois moravam no sítio e a escola ficava longe e a família não podia arcar com as despesas de todos os filhos.No entanto eles tinham uma tia, a tia Tonha, que além de fazer doces gostosos, também ensinava as primeiras letras a ele e aos irmãos.


Dandi ajudava os pais a cuidar da roça, tirava leite da vaca e o momento que mais gostava era estar com seu avô Chico ouvindo histórias.


Vô Chico, descendente de índios e negros, usava um chapéu de palha e um cajado e  sabia o que era viver. Contava histórias de um tempo passado, de guerras, de gente que se perdeu e nunca mais foi achada, historias de escravos, de lendas, como curupira e boitatá, coisas de deixar qualquer um assombrado.


Um dia Vô Chico leva o menino a conhecer um lugar misterioso, um segredo no meio da mata, uma árvore diferente que ao invés de frutos dá palavras... algo mágico de se conhecer, pois só vê a árvore que crê na lenda que ela lhe conta e por ela foi criada.




Essa é a história linda escrita por Ana Cristina Melo com ilustrações de Patrícia Melo que fala de amor entre um menino e seu avô, de uma família numerosa e unida. É um livro que resgata a importâncias da cultura, e de nossos descendentes, é um ato de cidadania, e de enfrentamento, de pertencimento e autoconhecimento de nossa história de forma terna, lúdica, um convite a sonhar e brincar e imaginar .


As crianças ouviram na escola, lido o livro ainda no pátio, para todo o turno, uma maneira de celebrar o dia da árvore e a chegada da primavera.
Depois em sala , os meus alunos recriaram e fizeram uso da escrita criativa, recontando a história em forma de quadrinhos, com belas ilustrações. E quando o trabalho ficou pronto fomos pendurar os livros frutos na nossa árvore de jardim, para que a árvore palavreira tomasse vida própria. Com os livros ali expostos as turmas podiam ler um do outro, comentar, ver os desenhos e sonhar, imaginar-se ali embaixo da árvore palavreira a escrever palavras que guardarão no coração.

Vejam:








Para conhecer e comprar o livro:

https://www.editorabambole.com.br/livro-dandi-e-a-arvore-palavreira


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Primavera em flor


Flor da manhã
abrindo o sonho
a luz na vida
colorindo o mundo.


No bico do beija-flor
o néctar da vida.
O som do amor
em suas asas coloridas



Todos em torno do jardim
esperam nascer a esperança
anseiam perfume de primavera
nessa flor, terna criança.

Paula Belmino
 


Fotografia da Alice por Alberanir Gomes
Alice usa Lecimar

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Brincar de Amarelinha



Pra brincar de amarelinha
se risca um diagrama
com o dedo na areia
giz na calçada
faz quadrados em cadeia.


De uma ponta à outra
Pula num pé só.
Até chegar à asa
sem pisar na risca
e nem na pedra da casa.


Joga de novo a pedra ao léu
mas se cair na linha
o jogador perde a vez.
Vence quem chega primeiro
fazendo o percurso com rapidez.


Mexe o corpo sem cansar
na asa a criança pisa os dois pés
e se imagina voar
É coisa de criança
ir do inferno ao céu a pular.


Paula Belmino

*Fotografia de Alice por Flávia Alves

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Constelar Poesia







Constelar poesia

Estou  sempre a vivenciar poesia
a plantar sementes de esperança
a ver brotar nas crianças 
o sonho da poesia revelada,
a fina flor se abrindo nas mãos, 
nos olhos,
pelos poros,
da cabeça aos pés.
E sempre ali envolvida pela poesia
me visto na ternura da infância
e dispo a realidade dura
para abrandar o coração 
face à fantasia e à imaginação.
E vejo olhos nos olhos
a erva pueril que flora
no âmago dessas doces criaturas
a alma de  seu pensamento,
iluminando-se 
no brincar com as palavras 
a viver plenamente
toda poesia que incide
sob a luz do saber ler
sentir, cheirar
experimentar poesia.
O sorriso puro da criança confirma:
A poesia brota do sonho.
É vida e sentimento
é alma, é voo, é flor.
Como o trigo que cresce 
e se transforma em pão
a poesia é alimento pra saciar a fome 
de quem sofre de amor.
E acima de tudo é luz
 constelações a iluminar a gente por dentro.

Paula Belmino


Poesia inspirada nas vivências poéticas, no experimentar a gratidão, a emoção de ver as crianças fazendo festa com meus poemas.
Hoje fui à escola onde trabalho Francisco Jerônimo no contra turno para receber a homenagem e ver as produções das crianças com alguns de meus poemas, juntamente com o poeta da terra Chagas Gomes.
Foi uma festa de leitura, recital, encenação, produções textuais. Os professores juntamente com a sala de leitura fizeram durante algumas semanas essa vivência do ler, brincar, experimentar, sentir, expor, apresentar. Tudo que a poesia quer: ser vista a olhos nus com amor e constelar esperanças nos corações.

Vejam só algumas imagens:













Uma poesia pela aluna Ana Clara


A Alice não pode estar presente hoje, mas ainda ganhou um cordel do poeta Chagas Gomes 
e já se encantou
vejam:


Quero agradecer à equipe gestora, professores Edilson e Albanita e Vitória Lópes responsável pela sala de leitura pelo maravilhoso trabalho com  meus singelos versos!