Átimo de Saudade

Não sei mais como faço para ter tua atenção
Um sinal, um recado, um olhar sem distração.
Tudo se perde aqui dentro...
O tempo,
Os sentimentos,
O amor em ebulição.
Já não contenho o músculo que pulsa cada vez mais rápido em ansiedade,
Em frenesi.

Um átimo de desespero queimando o peito em solidão.
Já não é possível adentrar a noite e conter-se apenas em te tocar em sonho, 
porque também neles já te vais.
Não olhas nos olhos,
Não estendes a mão,
Apenas apareces e depois, silencioso tu sais.

Não há condições de aguentar calada,
 a dor que sinto quer gritar.
Sinto que qualquer dia explodo de saudade,
 e onde é que tu estás?

Por dentro é só metade
Em frangalhos um coração que ama só
Louco de saudade inerte nas lembranças
Que nunca se esquece e nunca se transforma em pó.

Não há como esperar  tranquila o que não se sabe se vem
Um sinal, uma notícia tua, um recado teu.
Um poema que diga que este nosso amor nunca morreu.

Paula Belmino