sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A voz da Vida



Alcem a voz aos direitos da infância
Voz às mulheres,
meninos e meninas,
de todos: Direito à voz!
 Voz aos que não são ouvidos!
Aos amordaçados, 
encarcerados na voz da razão
do que fere, discrimina
 na mordaça do medo
do que cala e consente,
não se cale a voz!
Deem voz às crianças,
ao povo forte que se acha fraco,
voz de liberdade!
Alcem a voz velhos e meninos,
mulheres e crianças!

Alcem a voz do sonho e da luta, da resistência,
até que a esperança adormecida, 
desperte e cante:
é um novo tempo!
_Bradem aos quatro ventos o amor,
o cuidado com a natureza,
os sonhos perdidos!
Vozes desfalecidas despertem e cantem
atentas:
É tempo de sonhar, de lutar,
tempo de não deixar se calar!
_Ouçam! Quase em sussurro, as vozes chamam a paz
a alçar voo sobre nós.
E se a gente puder escutar 
voaremos na asa da esperança desperta,
na fé alenta e forte ,
com sua voz a entoar
e dizer:
É tempo de cantar!

Paula Belmino

A voz da vida de Régine Raymond-Garcia com ilustrações de Vanina Starkoff pela Editora Rovelle


Numa aldeia sofrida pela falta de chuvas vivia uma menina silenciosa, em meio ao drama e as lamentações do seu povo até tentava falar mas não conseguia. Era normal as mulheres não falarem, os homens decidiam tudo, e já cansados de buscar água  não dariam ouvidos à uma simples menina.
O sol por trás das montanhas vermelhas secava o mato, retorcia as árvores tudo era seco. Não haveria colheita.


O seu povo sofria com o vento que vinha do Saara arrastando areia e poeira.
A menina só tinha um amigo: um pássaro azul que também tinha medo de que seus filhotes morressem de sede.
Os sábios, os chefes, se reuniram sob a árvore do conselho para encontrar uma solução para tanta sede e fome.


A menina silenciosa descobre por intermédio do pássaro uma fonte de vida, mas como há de contar, se em meio à toda algazarra e vozes alteradas, sua voz baixinha não pode ser ouvida?
Uma velha senhora sentada na roda ouve a menina dizer quase sussurrando: Há água além das montanhas.


A velha lhe diz: -Fale mais alto!

A menina  consegue se libertar da mordaça, do costume de que as mulheres não podem falar e se torna a heroína, salvando seu povo, sua história.


Esse é um livro lindo que fala de amor, relacionamentos, diversidade, meio ambiente, o uso consciente da água, etnia, cultura,etc... Acima de tudo fala nas entrelinhas sobre a voz da mulher na sociedade, a importância de cada um de nós poder se expressar, e ser ouvida.
Um livro para ler assim com os filhos e dar à eles a voz da vida, o ensinamento, o amor, a consciência de um tempo melhor para todos onde cada um de nós é importante e tem sua responsabilidade. Onde todos temos direito à voz e a dar sua opinião sobre assuntos comuns a todos.

Paula Belmino

Para comprar o livro:

2 comentários:

Toninho disse...

Que lindo Paula.
Um livro que vale ser lido por muitos.
Que faça acordar as mentes amordaçadas, uma historia que carrega a realidade de nosso nordeste.
O grito que precisa ser liberado.
Belíssima partilha Paula.
Lindas ilustrações com suas belas fotos.
Tempo de agradecer sua bela e fiel companhia ao longo de todo 2017 numa amizade que vem de longe,lá do Recanto em 2010.
Obrigado amiga e que o Novo Ano seja maravilhoso com todas as possibilidades e que a paz e o amor sejam verdadeiras armaduras para os dias turvos. Será um prazer continuar esta viagem no trem 2018.
Meu abraço com carinho para você e Alice.
Bjs no coração amiga.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Linda partilha, ótima sugestão de leitura para refletirmos, tomarmos consciência que não devemos nos calar, sobretudo quando nossa voz pode ser veículo de salvação.
Beijos!