terça-feira, 10 de novembro de 2015

Sonhos de papel



Vão se desembrulhando os sonhos
Presentes desde uma infância
Guardados na mente
Volta e meia retornam em forma de bolhas de sabão
Outras vezes são bonecas, carrinhos, pião
Sonhos de uma ciranda
Do passar anel
Do pular amarelinha
Das gargalhadas eternas por nada
A esmo.
Vão desfolhando-se as lembranças
O primeiro amor, o primeiro beijo
A insensatez, a paixão ingênua, o acreditar em castelos
E um príncipe a resgatar a princesa sem coroa da torre
Um amor adolescente, curioso
Querendo descobrir o mundo.
Vão desencadeando ideias, as lágrimas de um amor atroz
As várias vezes que se machucou ainda moça
A tolice e as noites mal dormidas
O desfiar sentimentos perdidos num carrossel
Vai se tornando poesia, versos melancólicos
Algumas vezes rimas pobres de um amor vivido
Ora platônico, ora mal resolvido
Vão se tornando resquícios de uma vida inteira
E na flor aberta em ferida
Vazios e solicitudes
Grandes percas, lutas e vitórias
E tudo vai se misturando
No desabrochar de uma poesia cheia de história
Pra contar o que sobeja na memória.


Paula Belmino

Alice usa Cattai

2 comentários:

chica disse...

Sempre lindo,Paula! E Alice idem! bjs, chica

Anônimo disse...

Na memória, principalmente de uma poesia, os sonhos são eternos e lindos. Beijo! Renata e Laura