Amor Latente

Não há para onde fugir...
Presa em minha masmorra esperando o príncipe adorado, em seu cavalo branco me libertar de minhas amarras.
Lágrimas e versos num livro velho.

Conta-se escritas de capítulos e capítulos em uma bíblia de amor. Não há para onde ir!
O tempo passou amargamente aqui, há retalhos desfiados, sobras de uma paixão fluente que queimava a gente, mas passou.

O tempo voou e deixou que o carcereiro me empurrasse na prisão onde estou, rodeada de medo, presa a um amor dormente que vez por outra acorda e latente queima a alma e sente que é dono de meu coração.
Aqui nessa masmorra fria não há com quem falar, nenhum pássaro a voar e levar um pouco da liberdade que eu queria para poder te falar.
Escrevo cartas dessa melancolia, e no pensamento o beijo com ansiedade para poder te amar.Em versos, pensamentos e uma fotografia tua escondida dentro de mim para que o dono de meu corpo não me venha roubar.
Não há para onde seguir...

Meu caminho tem espinhos e desfiladeiros, guardas e anjos maldosos usurparam a trilha que eu corria ligeira para te encontrar eme envolvia de amor . Fiquei eu aqui entre redemoinhos e turbilhões de sentimentos esperando teu cavalo branco me libertar da dor.

Quisera eu que o tempo retornasse, ou você viesse salvar-me aqui na torre.

Já fiz sacrifícios tolos ,pacto de alma e sangue e todo dia sonho com aquelas nossas noites de amores. Mas nenhuma reza me foi atendida.
Não há o que fazer...

Então rabisco eu poesias inspiradas na tua fotografia, e penso positivo para que um dia as pedras de nossas vidas voltem a se encontrar.

Em minhas rugas, angústias e fios brancos estará a verdade escondida: Nada mudou de lugar!


Paula Belmino