domingo, 6 de setembro de 2015

Entorpecência



Há dias em que me recolho no véu escondido do silêncio , onde as lembranças flutuam em meu corpo e voam de minha mente. 
São dias de paz comigo mesma, uma penumbra parecida solidão, um refúgio de ondas de coisas vãs. 
Gosto de ficar assim inebriada em muitas recordações, saboreando a infância, o doce descobrir a vida, as brincadeiras , o sol das manhãs...
Vou enveredando entre sonhos, e nem sei mais distinguir se sonho dormindo ou acordada, e nessa alucinação alguns deles são tão reais em meus olhos cansados que se vai escoando minh' alma... Adormeço ansiando um tempo passado, outras vezes a sensação de entorpecência faz o coração bater insensível...O medo do futuro ou o desejo de que algo roube a serenidade de meus olhos.
Quero vibrar e correr solta pelos campos, quero sentir um grande amor pulsar, revolto-me na insensatez vivida, desejo ardentemente me reencontrar. 
Há dias de puro saudosismo, uma vã melancolia, uma saudade etérea a envolver meu corpo inerte no sofá. 
Prefiro ainda assim sonhar, a viver uma realidade dura e fria que me faça acordar.

Paula Belmino

4 comentários:

Dra. Cristiane Grande Jimenez Marino disse...

Oi Paula, com você está linda!
Adorei seu texto, tem um tom nostálgico, mas muito delicado.
Abraço

soninha disse...

Perfeito!! Muito bem descrito um estado d'alma. Parabéns!!

Toninho disse...

Muito forte este encontro o seu mais puro eu. Inspiração acelerada e bem construida.
Vivemos nesta introspecção que nos vasculha a alma e o coração.
Perfeito querer que embala nosso coração em momentos impares de nós contra a gente mesma.
Abraços Paula e que a semana lhe seja leve e bela com muito amor e carinhos em seus dias.
Sua foto ficou linda amiga.Show.
Bju na Alice e que Deus a abençoe sempre.
Bju de paz.

Anônimo disse...

Linda, delicada, feito você! Beijo! Renata e Laura