Ando a conversar com pedras, dizem que não falam nem ouvem, mas falam
contam segredos de um tempo de paz
entre cactos e palmas espinhentas plantas a verter água nos dias quentes
Eram sementes de esperança no sertão
Eram só elas, as pedras e a solidão.
Sob o sol a pino, meio dia, galos de campina faziam entre elas ninhos, e depois cantavam como se chamasse a chuva, demorosa tarde, inalcançável promessa de fartura. Ali as pedras e os pequenos ninhos conversavam, contavam histórias de um passado que ainda repercute as lembranças, longas estradas onde os retirantes iam em busca de suculentos palmas a verter água e vida, a salvar o pasto.
As pedras sempre caladas, não diziam nada que fosse audível, mas há quem confesse que tudo sabiam, e viam entre a fumaça do sol de agosto, o desgosto, o redemoinho, a morte nos ninhos, o cantar sofrido do galo de campina, asa branca desfalecida, palmas e cactos cheios de espinho, era ainda resquício de vida.
As pedras falam sim e me contaram essa história que hoje desfio em lembranças.
Depois de tanto tempo o desalento e a desesperança, céu azul dava lugar a pequenas nuvens, e as gotinhas de uma fina chuva, bebida rapidamente pela terra seca brotava novamente flores de mandacaru. As pedras contam que ainda assim nem a chuva caia, bichinhos corriam de dentro da caatinga fervente, de onde saiam assim esbaforidos seres viventes?
E era uma festa pelo pouco de vida que o céu derramava, ali mocós, preás, e lagartixas, cobras, nambus e toda sorte de ave dançavam com as pedras, escondiam nela sua felicidade, guardavam a esperança de novos ninhos, de ver rolar rio a fora, a chuva em ribeirinho, as pedras tudo assim ouvia e falava ainda que na surdina.
As pedras falam e em conversar com elas sou feito sol que amofina, mas que também gera vida pelo caminho.Vou entre espinhos e pedras a plantar poesia.
contam segredos de um tempo de paz
entre cactos e palmas espinhentas plantas a verter água nos dias quentes
Eram sementes de esperança no sertão
Eram só elas, as pedras e a solidão.
Sob o sol a pino, meio dia, galos de campina faziam entre elas ninhos, e depois cantavam como se chamasse a chuva, demorosa tarde, inalcançável promessa de fartura. Ali as pedras e os pequenos ninhos conversavam, contavam histórias de um passado que ainda repercute as lembranças, longas estradas onde os retirantes iam em busca de suculentos palmas a verter água e vida, a salvar o pasto.
As pedras sempre caladas, não diziam nada que fosse audível, mas há quem confesse que tudo sabiam, e viam entre a fumaça do sol de agosto, o desgosto, o redemoinho, a morte nos ninhos, o cantar sofrido do galo de campina, asa branca desfalecida, palmas e cactos cheios de espinho, era ainda resquício de vida.
As pedras falam sim e me contaram essa história que hoje desfio em lembranças.
Depois de tanto tempo o desalento e a desesperança, céu azul dava lugar a pequenas nuvens, e as gotinhas de uma fina chuva, bebida rapidamente pela terra seca brotava novamente flores de mandacaru. As pedras contam que ainda assim nem a chuva caia, bichinhos corriam de dentro da caatinga fervente, de onde saiam assim esbaforidos seres viventes?
E era uma festa pelo pouco de vida que o céu derramava, ali mocós, preás, e lagartixas, cobras, nambus e toda sorte de ave dançavam com as pedras, escondiam nela sua felicidade, guardavam a esperança de novos ninhos, de ver rolar rio a fora, a chuva em ribeirinho, as pedras tudo assim ouvia e falava ainda que na surdina.
As pedras falam e em conversar com elas sou feito sol que amofina, mas que também gera vida pelo caminho.Vou entre espinhos e pedras a plantar poesia.
Paula Belmino
2 comentários:
Maravilha teu texto e plantas muito bem poesias! Segue assim! bjs, chica
Havendo sensibilidade, até as pedras tornam-se poesia. Lindo! Beijo e um dia de bençãos surpreendentes para vocês! Renata e Laura
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