terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Momento literário no Abrigo Monsenhor Paulo Herôncio






É dom da poesia
apertar a mão que da lida
Por anos a fio o amor semeou
Na tenra idade trabalhou 
E todavia o tempo, que não se solidariza com nada
Deixou as marcas
Adiantando a estrada
E na vida o cansaço implantou.
É dom da poesia alimentar, prover, fazer sonhar.
É dom da poesia acolher
Aqueles que são como os pássaros
Alados em sonhos
Em histórias fabulantes
Em experiências vividas, ali dentro deles 
embora tão distantes
No coração  a guardar feito sagrado
O amor, ainda o mesmo como antes.
É dom da poesia acalentar
Guardar em paz os anjos que cantam
Os amigos que encantam
Os idosos em suas camas
A sonhar de novo seus mais belos sonhos
E a contar histórias para as crianças.
É dom da poesia envolver e abraçar
Ser alento e esperança
Ser cura e consolo em meio  ao pranto.
Fortuna aos desvalidos
Companhia na solidão
É dom da poesia levar um sorriso
E encher de alegria os olhos de quem ama
E a plena paz no coração.

Paula Belmino




Fomos visitar uma prima filha do irmão de meu avô com quem convivi minha infância e hoje se encontra em um lar de idosos,  há muito eu devia a visita, fui também no intuito de realizar o sonho e o pedido de uma senhora chamada Alice, no natal o abrigo de idosos de Currais Novos -RN, fez uma campanha pedindo alguns presentes que os idosos queriam, eram na maioria material de higiene, roupas, calçados, e chamou-me atenção o pedido especial de uma senhorinha cheia de sorrisos: um livro de poesia.

Como meu livro não havia sido lançado ainda deixei para quando estivesse em mãos e essa semana fomos lá, e qual não foi minha alegria, ver sua história, ela poeta nata, amante da música e das artes, e compartilhando seus sonhos comigo, ali conversamos com mais duas companheiras de quarto que ouviram poesia e oração em meu livro, e eu ali fui só plena alegria em poder levar amor e um pouco de esperança, boniteza e alento.
Alice se encantou com a sua xará e leu para ela e as outras companheiras, e prometemos voltar com mais tempo para ficar a poemar para os demais idosos do abrigo.



Que exemplo de vida aprendi, ali de um sorriso e almas francas, na velhice a solidão reparada por poesia e canção, sim ali um dos idosos tocava sua sanfona ao longe no pátio, e eu me comovi, me estreitei em ternura, e pude passar essa lição para a Alice e os primos que foram conosco crianças e idosos a conversar a transferir delicadezas e vida pura e simplicidades.
Esse é o dom da poesia florear, acalentar, cantar, ser cura e companhia, pois na leitura a gente viaja, no livro a gente sonha e se aventura, na poesia a gente materializa os desejos da alma mais profundos, é caminho, é bondade, é cura.

Vejam um pedacinho :




Vale a pena fazer uma visita e ouvir com tempo as belas histórias da Alice e suas amigas
Vale a pena ser solidário e levar mantimentos
Vale a pena fazer a poesia tomar vida levando alento e canção

O abrigo Monsenhor Paulo Herôncio está realizando um bazar e necessita de arrecadação d ealguns materiais para quem desejar colaborar:



Para entrar em contato


4 comentários:

Ana Paula disse...

Que ternura de postagem narrando, mostrando uma presença tão linda de vocês no lar de idosos a aquecer, acalentar, levar poesia.
Lindo, lindo, me emocionou!
Beijo.

Toninho disse...

Pois é Paula uma linda poesia para definir a poesia e toda sua importância na vida.Cabe ao poeta levar e elevar os sentimentos.Linda visita a este espaço de encontro com o mundo de historias que cada um ali carrega e que podem ser inspirações para a arte de escrever.
Belas ilustrações da família e com estas crianças envolvidas nesta ação de acariciar os idosos, como bem merecem.
Meu abraço com carinho Paula.

Renata disse...

Como é importante mostrar este lado para as crianças, uma realidade que faz parte da vida e muitos nem conhecem.

Aqui, levo sempre a Laura para estar com as crianças no abrigo e com os velhinhos no asilo.

Juntos com a poesia, é ainda melhor.

Beijo!

Renata e Laura

Silvanio Alves disse...

Linda poesia para registrar um momento impar de inspiração, poetisa! Imagino como foi belo esses momentos e como a poesia embeleza e dá alento aos corações! Creio que os sonhos alimentam a esperança, poetisa! Perfeito!