domingo, 8 de outubro de 2017

Foi ele que escreveu a Ventania (Dica de Livro)



O que a poesia é capaz de fazer no coração de alguém?
Quanta magia há no olhar a natureza?
Quanto poder existe na leitura e por ela se pode transformar a si e aos outros ao redor.
A poesia é capaz de transpor barreiras, trazer alento, transformar a dor e a realidade triste em beleza, e fazer das coisas inatingíveis inspiração,dos sonhos estrelas que se sustentam no universo, um sopro de esperança na alma do leitor que vive a verdadeira poesia.

Paula Belmino



Hoje trago uma dica de livro que é simplesmente apaixonante.


Foi ele que escreveu a ventania...
Um livro encantador de Rosana Rios e Maurício Negro , pela Editora Pulo do Gato conta a história de Tui um menino apaixonado por poesia, que vê poesia onde vive no mormaço, nas paredes, no clima, na sua casa com a mãe e a avó. Tui vive uma vida difícil , mas tem alento quando vai pra escola e lá descobre um poeta que fala de miudezas, dos segredos do chão, de sapos e pedras, de aves e Rio. Um livro perdido no caixote, que a professora logo percebe o quanto o menino gosta.
Chorei muito lendo o livro, pois é nossa realidade aqui, uma história atravessada com a nossa. O calor, O canto da leitura que as crianças gostam ainda com poucos livros, mas que tenho lutado em prol de mais livro, incentivo. Me vi e me li no livro, sou protagonista. Ora sou Tui a caminho da escola, amante do poeta menino Manoel de Barros, a quem os autores fazem homenagem, Ora sou a professora, ora sou o sonho e a poesia dessa terna história.
Certo dia Tui ver o muro onde estava escrito um poema que o alimentava sendo destruído, e guarda de dentre os destroços apenas a palavra sol no bolso. 

Vivi um momento assim: Uma vizinha de minha mãe tinha uma floreira, uma trepadeira que acompanhava o desenho da casa, simples e encantadora, abrigando ninho de beija-flor, borboletas e muito encanto. De uma hora pra outra pediram a casa, arrancaram a planta, quebraram os vasos de flores, cortaram tudo.Jogaram na rua é a mãe com seus filhos foi morar distante. Na calçada ficou apenas as plantas murchas e mortas, dando lugar a tijolos para a reforma. Como Tui só guardei o beija- flor entre as flores da casa de Francisca numa foto e como o menino aqui também escrevo um poema pra aliviar a dor, pra refrescar minha alma, e a das crianças. Ventos de paz na alma que se sufoca.

Quero ser como Tui e seguir sempre ventando poesia. Quero ser como o poeta menino Manoel de Barros ver a vida pulsando no ermo do olho e fazer multidão de poesia que acalante.

Livro pra ler e abrigar na alma.

Alice e os primos Humberto e Amós se emocionaram também!



Por aqui vivemos dias de calor e secura intensa, falta água, falta pão, falta lazer para as crianças e vou aos poucos como Tui ventando esperança, levando poesia de criança em criança, nas mãos, nos olhos, na boca, em cima das árvores.
Onde tem criança e posso achegar-me ofereço um livro!


Mais sobre o livro:



Tui saía de casa debaixo do sol escaldante. A caminho da escola, se depara com um poema pixado no muro. Ele o copia e logo se lembra do velho livro de poesia no caixote de sua classe. O seu preferido. À noite, fica sabendo pela TV que o poeta do livro havia morrido. Abalado, sonha com o poeta e deseja um dia ser como ele, um fazedor de versos capaz de inventar o frescor e a ventania...
O Pulo do Gato: A narrativa é uma homenagem à linguagem poética e ao poeta manoel de barros. texto e ilustrações oferecem sensações sinestésicas: o calor e o inexplicável são representados pelas cores quentes, o frescor e as descobertas pelas cores frias. uma obra que evoca o amor às palavras e ao fazer poético nos livros e na simplicidade do cotidiano.
Do que trata o livro: aprendizado, livros, cotidiano, convivência, poesia, família, escola, realização de sonho
Gênero: livro ilustrado; narrativa

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5 comentários:

Rosana Rios disse...

Paula, obrigada! Seus comentários me trouxeram umas lagriminhas aos olhos...
Que bom saber que alguém se emocionou e se encontrou no nosso livro!
Foi um texto que começou a nascer no dia em que o Manoel de Barros partiu pra escrever as coisas do céu.
Eu sentia que precisava fazer algo, dizer algo sobre aquele pequeno grande poeta!
E quando o Maurício ilustrou, deu mais vida ainda à história.
Tomara que outros leitores de poesia e fazedores de vento se juntem a nós.
Fique com meu abraćo e a mina gratidão!!!

Anônimo disse...

Sua poesia sempre nos emociona também. Beijo! Renata e Laura

www.maesemfronteiras.com.br disse...

Verdade Paula, a poesia é transformador e também sempre um alívio, uma expressão do amor ou da dor... Poesia é vida.
Amei a indicação de leitura, fiquei com vontade de ler.
Vou anotar a indicação.
Bjs
Ju

Anônimo disse...

Nada como um olhar ladino pra ver poesia onde só os poetas conseguem ver. Amei a história do Tui. Parabéns pela divulgação do livro, deve ser muito interessante, com Manoel de Barros inspirando tem que ser maravilhoso.
Boa noite Paula!

PS: E se aproxima Novembro, não esqueça do nosso encontro lá na Chácara da amiga Lúcia.
Abração!

chica disse...

Lindo e realmente emocionante!Adorei! bjs, chca