quarta-feira, 19 de abril de 2017

Cadê o índio que estava aqui?


1,2,3 indiozinhos...
Na mata sozinhos
Viram a onça e correram
Na árvore subiram,
Lançaram uma flecha
E da onça fugiram.

1,2,3 indiozinhos...
No rio, valentes
Cantavam pra Tupã
E cada um com sua  lança
Levaram um peixe só.

1,2,3 indiozinhos na mata ...
Plantavam sementes,
Colhiam  frutas maduras,
Alimento somente,
E ervas para a dor.

1,2, 3 indiozinhos...
Dentro de suas ocas
Mandaram fumaça
Ao deus do amor
Para ele ser da floresta,
Sempre o protetor.

1,2,3 indiozinhos...
Com medo da gente branca
que novo modo de vida  impõe.
Índios  eram livres
e agora,
Para onde a tal liberdade foi?

1,2,3 indiozinhos...
Na mata sozinhos
Já não sabem lutar.
A floresta está escassa,
No rio peixes não há.
Da onça já nem sentem medo,
Onça já não se vê por lá!

1,2,3 indiozinhos...
Que tristeza que dá!
A cara pintada na luta,
O corpo coberto de roupas,
Do homem branco
A língua nova a falar.

A casa  era de palha
tijolos e areia cimentou.
E agora não mais livres
Para 1,2,3 indiozinhos ...
O apito silenciou.

Onde estão os indiozinhos
Que no bote nadavam?
A onça os levou?
Bicho homem sem dó nem piedade
Sua terra, sua língua, sua cultura,
Tudo do índio mudou!


Paula Belmino







 Bem mais que pintar as crianças de índios e sair por aí a cantar é necessário refletir sobre a cultura, a vida, a extinção de tribos inteiras e atentar-se para lutar com eles pelo direito de sobrevivência de sua própria identidade!

E para trabalhar com as crianças toda importância da cultura indígena para nossa sociedade deixo a dica do livro Poeminhas da Terra de Márcia Leite pela editora parceira Pulo do Gato Editora




O livro com ilustrações em traços delicados e cheios de natureza em perfeita harmonia homem e animais traz versos curtos ricos em palavras da origem Tupi, fazendo a gente refletir sobre a causa do índio em sua luta pela terra, pela natureza, pela própria sobrevivência.
Para as crianças uma maravilhosa maneira de falar sobre essa arte ancestral, sobre o descobrimento das palavras e de como nosso país foi tomado, deixando os índios à deriva
De maneira simples a escritora brinca com a cultura e a arte indígena levando ao prazer pela leitura e pela conscientização do meio ambiente e do respeito aos indígenas, além de ser um livro muito bom para alfabetização, não deixando de lado que mesmo o leitor bem fluente tem muito a aprender com o lúdico e a singeleza que este livro traz e o grande poder de reflexão nas entrelinhas.


Vai pra escola comigo e com outros livros que falam sobre a cultura indígena e as crianças vão amar com certeza!!!!

4 comentários:

chica disse...

Linda homenagem ao dia deles.Linda indiazinha! bjs, chica

Renata disse...

A Laura amou este livro! Beijo. Renata e Laura

lili disse...

Excelente, amei a versão do 1 2 3 indiozinho.
Muito criativa
Lúdica
Reflexiva
Parabéns!

Bolhinhas de Sabão para Maria disse...

Que belíssimo e triste poema Paula.. mas infelizmente a realidade dos nossos indios atualmente... Como diz Baby Consuelo, todo dia era dia de indio, mas agora ele só tem o dia 19 de abril..

E concordo, é preciso mais do que pintar a cara, mostrar a realidade e contar a história dos indios brasileiros..

Parabéns pela homenagem

Beijos

Tê e Maria ♥