terça-feira, 25 de abril de 2017

Matemática e Poesia: Uma relação que dá certo!





Há quem tenha muito medo de aprender matemática,por ser difícil,  eu sou prova disso, em minha educação fundamental era um bicho de sete cabeças, talvez porque não ensinassem a matemática da vida, do dia a dia, e os exercícios não tivessem nada a ver com a realidade, ou nem usassem material concreto para que a criança em processo de alfabetização numérica e em processo de desenvolvimento do raciocínio lógico não tivesse em que se apoiar para resolver cálculos. Tive muitas dificuldades e creio que muitas crianças de minha época também. 
Ainda nos dias de hoje e difícil aliar o lúdico com matemática em sala de aula, percebe-se que a maioria dos professores deixam que leitura e interpretação é coisa de língua portuguesa, brincadeira e poesia para artes, e matemática apenas pra calcular, apesar de que o lúdico, os jogos, o material de apoio concreto são importantíssimos na formação da criança para que desenvolva o pensamento crítico, raciocínio lógico e vença suas hipóteses, aprendendo assim de forma prazerosa , sem medo dos números.
Por aqui tentamos levar poesia em tudo que fazemos e uma educação "não bancária" onde a criança apenas memoriza, e vai guardando mil conceitos, mas uma educação que sirva para sua reflexão, conscientização, sensibilização e  mudança em suas atitudes e procedimentos, que resulta numa aprendizagem eficiente e apta a usar fora de sala de aula, uma educação pautada no lúdico, partindo da brincadeira, da experimentação e da poesia, em todas as áreas do conhecimento, sempre inicializando os conteúdos pragmáticos e seguindo o plano anula, baseado no PPP da escola, orientações didáticas e regida pelas leis da educação, mas imergidos em muita leitura literária. Matemática então nunca fica de fora, afinal é pra entender com prática, com o concreto, para além do caderno de exercícios e do livro paradidático, e se tem um verso, uma rima, uma maneira de facilitar a aprendizagem, é poesia, vamos fazer valer nossa matemática poética, para um jogo de boa relações do cotidiano.







Recebemos um livro da Editora Rovelle: Guia do consumidor mirim de Maria Helena Estebam e veio a cair feito luva, ao ler para planejar minhas aulas, pois alio a leitura literária aos conteúdos pragmáticos, e contextualizando minhas aulas, sempre com muita leitura e poesia, percebi que as crianças iam gostar e aprender bastante e até levar o conhecimento dentro delas e repassando para os familiares sobre as relações de consumo.
O livro conta a história de uma turma que resolve fazer uma festa e ao irem ao mercado garantir as comprar e os preparativos, passam por muitos desafios e situações como a de encontrar propaganda enganosa, produtos com a data vencida, embalagens que não condizem com o real, falando assim em leis do consumidor e dos direitos de cada um pra garantir a boa compra.
As nossas aulas partiram dali para casa, pesquisando em casa embalagens, observando as compras com os pais, trazendo folhetos de promoções, comparando os preços, e depois de muita conversa e atividades as crianças escreveram alguns direitos do consumidor da forma como compreenderam, com quadrinhos, desenhos, listas , enfim, participativa.




Depois criamos um mini supermercado , com ações além de compra e venda, com o famoso escampo, e com o tema: Supermercado poético criamos juntos pequenos versos que seriam escritos no  mercado como por ex:

Compre 1 KG de maxixe
E leve  1 kg a mais
de qualquer verdura ou legume
das cores iguais



A aula foi bem proveitosa, aliando também outro livro que recebemos da escritora Eloí Bocheco : Rimas e Números , que traz muitos probleminhas brincantes como por ex:

" No morro tem sete goiabas,
as setes são vermelhas.
Colho uma, colho duas,
deixo cinco para a abelha."



Ao criarmos na sala o mercado com as embalagens trazidas pelas crianças, elas mesmo escreveram os nomes dos produtos e preços, e iam colocando na embalagem, ao final de toda marcação de preço, usaram dinheirinho fake, para comprar e passar troco, tinha criança repositora no mercado, caixas, e cada uma ao escolher seus produtos pesquisava, via a data de validade, observava a promoção, qual mais em conta enfim, trabalharam com a moeda, usando o raciocínio lógico, sem sair do lúdico, da brincadeira, da experimentação e da poesia, afinal matemática é pra se aprender com prática, com o concreto , para além do caderno de exercícios, para a vida.


Para saber mais do livro:




A história é divertida, educativa e poderia acontecer a crianças de qualquer escola, lugar e tempo. Organizando uma festa, alguns alunos seguem para um mercado, onde passam por situações que ensinam muito a eles sobre as relações de consumo e sobre as leis que protegem os consumidores. Ao final do livro um pequeno guia reforça os conceitos e serve para uma consulta rápida da criança e dos pais.

Autor(es): Maria Helena Esteban
Ilustrador: Flávio Dalmeida
ISBN: 978-85-61521-50-9
Formato: 22 x 20 cm
Nº de páginas: 40
Gênero: Infantil
Tema: Direitos e deveres do consumidor; cotidiano infantil; consumo; preços; orçamentos; organização; planejamento.
Interdisciplinaridade: Língua portuguesa; Geografia; História.
Temas transversais: Ética; trabalho e consumo.
Faixa etária: a partir de 8 anos
Preço de capa: R$ 31,90


2 comentários:

Ana Paula disse...

Oi Paula!
Você bem expressou a tua dificuldade em matemática, que é também a minha e talvez de muitos de nossa geração. Tudo era tão distante do cotidiano, do emprego no dia a dia, nas tarefas, enfim...
Fico feliz que você se entregue de corpo e alma para esse ensino com atividades bem lúdicas. Essas crianças certamente já aprendem com outro olhar!

Para quando você tiver uns vinte minutos disponíveis, deixo o link de um programa que debateu o ensino da matemática no Brasil. Muito interessante. Beijo!

https://www.youtube.com/watch?v=bkh9J4_PZV8&index=10&list=PLdnZUpbQ9Pfl4KuEb__-zy1vQO-yaAgz6

Toninho disse...


Paula é muito lindo este amor pela poesia e de como voce contextualiza com muita inteligencia e amor ao que faz, fica sempre bonito o resultado final.
Eu não canso de elogiar esta sua determinação e viver poesia em todos os instantes.
Amo ler suas poesias.
Bjs de paz