terça-feira, 31 de outubro de 2017

Tinha uma poesia no meio do caminho.

















Tinha uma poesia no meio do caminho
E a estrada era toda cheia de flor
a gente conseguia vencer as dificuldades
e a poesia no meio do caminho
ajudava a alma a suportar a dor.
Tinha uma poesia no meio do caminho
e  a beira da estrada tinha pássaros a cantar
tinha uma poesia no meio do caminho
e por ela a gente gostava de andar.
Tinha uma poesia no meio do caminho
e nela a gente demorava-se, nunca queria se apressar.
Tinha uma poesia no meio do caminho
e pra quem se encontrava com ela
a vida tinha mais razão de existir
Tinha uma poesia no meio do caminho
e a gente dela nunca queria sair.


Paula Belmino


O dia da nacional da poesia hoje 31 de outubro é em homenagem ao grande poeta Carlos Drummond de Andrade que se estivesse vivo faria 115 anos

Com poemas que nunca serão esquecidos Drummond é um dos poetas mais importantes de nossa literatura.

A poesia acima inspirada na poesia dele No meio do Caminho. E hoje tivemos um dia cheio de poesia com uma homenagem linda pelo Centro Rural Nazaré Xavier de Góis aqui na minha cidade, onde direção, coordenação, professores e alunos se dedicaram para apresentar trabalhos lúdicos e cheios de arte.  Toda equipe apresentou dezenas de poemas musicados, encenados, com releitura, fantasias, além da exposição dos trabalhos lindos nas salas, e por todo espaço da escola. Uma manhã mágica em que muito me emocionei e logo mais posto as novidades desse dia lindo.
Só pra deixar registrado minha gratidão:


Poesia salada saladinha


Poema: Sapo Julião

Atividade maquete a partir do poema: Amarelinha



Poesia asa de Borboleta a coisa mais linda mundo ainda musicada, em breve posto aqui.


Poesia de Brincar: pipa


O menino azul

Com José Garcia músico que transformou meu poema Asa de Borboleta numa linda canção.



Essas são só algumas fotos , teve muitas apresentações que me deixou sem palavras para agradecer. 
Só posso dizer obrigada e que com Poesia no caminho tudo fica mais bonito!

Alguns momentos de releitura das crianças no sarau

A cantiga da Dona Baratinha



O menino azul




Poema: Pizza de quê?




Agradeço cada carinho.
E as lindas fotos de Wallace Frade. Logo mais posto mais!

Fiquem com Drummond




No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.



Lembrete

Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra


**Crédito das fotos em alta resolução de Wallace Frade

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Senhor Vento e Dona Chuva Sylvia Orthof



O livro Senhor Vento e Dona Chuva pela Editora Rovelle conta de forma melodiosa e lírica uma história do século XIX escrita por Paul Musset e adaptado pro Sylvia Orthof. Nesse texto o Senhor Vento e a Dona Chuva tem poderes mágicos e entram em cena ajudando a família de João Pedro, Claudina e seu filho Pedroca. Uma família pobre que vive passando por dificuldades ainda mais estabelecidas pela divisão de classe, em que o barão alega ser dono das terras em que João Pedro vive com a criação de animais e de plantação de  cereais e que por isso ele  precisa pagar impostos de tudo que colhe. João Pedro vive danado da vida pois suas terras nada produzem, parece que os vetos só fazem girar os moinhos dos vizinhos agricultores e no dele nem um pé de vento pra lhe ajudar a melhorar. Parece que sempre tem vento a girar na vizinhança e se giram produzem e moem farinha que é vendida e dá renda.



Por mais que João Pedro se esforce nada dá certo, e tudo que consegue vai pra impostos e as despesas com o bebê Pedroca, seu filho que acaba de nascer. Até que um dia a situação muda quando o vento bate á sua porta cheia de buracos e frestas. os espíritos do vento agradecem a hospitalidade e prometem ser gratos à família quando precisarem. E assim ouvindo a reclamação de João pedro de que na sua plantação nunca chove, o vento dá uma ajudinha sopra um ventinho que logo traz a Dona chuva, que também entra na casa de João pedro e agradece a hospitalidade prometendo sempre que precisar podem procurá-la. E  assim a plantação do moleiro vai de vento em polpa. Isso tudo acontece entre João Pedro e o Senhor Vento sem que a esposa soubesse. Claudina estava adoecida, mas depois de que João conseguiu moer dois sacos de farinha co ajuda da chuva e do Senhor Vento vendeu e pagou as contas e ainda trouxe pão pra alimentar a família, Claudina ficou boa. Até que descobrindo o segredo dá com a língua nos dentes pra toda vizinhança. Até cair nos ouvidos do barão que vem cobrar mais impostos sobre impostos levando assim os últimos centavos do bolso do moleiro.



Quando o dinheiro acaba o casa vai sempre pedir ajuda ao vento que oferece um barrilzinho mágico que faz magia, com mestre cuca e pratos reais, e o barão ao descobrir corre a ludibriar a família, dizer que eles por serem simples não precisariam de um barril com mestre cuca que prepara pratos finos, mas ele por ser barão precisa e muito, e oferece  dinheiro, e compra, por pouco dinheiro que de repente acaba. E assim vai a família sempre recorrer por ajuda.



A situação muda quando por ajuda do Senhor Vento o filho já grande recebe um baú que tem um teatrinho de bonecos, e com ele começa a contar histórias e ganhar dinheiro. O menino vai até a casa do barão apresentar o teatro para os filhos do barão e se apaixona pela filha Margarida, loira, de olho azul como o céu, mas que usada pleo barão logo consegue o baú. O menino sofre as consequências e os castigos de seus pais, mas esperto Pedroca consegue contornar a situação e muda a história.


O livro é escrito com muita interação e  prende o leitor do início ao fim, dá enfase ao teatro e apresenta em cenas o ato apresentado no teatrinho por Pedroca aos filhos do barão. Faz refletir sobre a divisão de classes, a valorização do dinheiro e do status. O livor desperta a imaginação e a criatividade.
Vale a pena ler!

Para comprar:







domingo, 29 de outubro de 2017

Beija-flor e Amor




O  amor é um sentimento sem medidas
parece pequeno como um beija-flor
mas seus  efeitos não se podem explicar,
quando se aninha em nosso ser
cura, perfuma, salva , ampara e guia.
O amor é um beija-flor
a  bater suas asas apressadamente
a colher néctar de um hibisco,
e ali em seu fino bico
conduzir ao mundo o doce, a vida profunda
na semente que germina.
O amor é um beija-flor
num candelabro de ouro
a iluminar a alma como quem paira o tempo
O amor ilumina a vida.
O  coração do beija-flor
é maior que nas outras aves
e por isso pulsa em descompasso
O beija-flor  é símbolo do amor
o amor por menor que seja
enche de vida tudo que estiver ao redor.


Paula Belmino


Essas imagens de um beija-flor tão lindo são reais da casa de nossa vizinha, ele chegou se aninhou, fez nosso coração arder em poesia por algum tempo, a todos que passavam o ninho era bem baixinho quase na porta da casa.


E sempre na escola a natureza nos inspira, e os livros nos faz voar feito passarinho. Sendo hoje o dia nacional do livro não poderia deixar de trazer a dica de um livro infantil lindo de Poliana Barbosa: Entre nuvens e margaridas. Um livro pleno de poesia, observações da natureza, exaltação aos seres pequeninos que nem sempre são percebidos mas que fazem tanta diferença. O livro é só encanto e já conquistou meus alunos.

Esses são os poemas autorais das crianças com inspiração no livro: Entre Nuvens e margaridas de Poliana Barbosa








Toda essa nossa inspiração veio do blog:



Essa é nossa inspiração na imagem acima que faz parte do:  7º Poetizando e Encantando 

O Filosofando na Vida.
Tem como objetivo a interação entre os blogs amigos e desenvolver a criatividade poética.

Vem você também participar?
filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com.br/

sábado, 28 de outubro de 2017

Pra ventar poesia








Tudo começou com um sonho, com um gosto de ler, de conhecer o autor que fazia o dia amanhecer,
o prazer de um menino em descobrir o som, o gosto das palavras.
Tui lia um livro que amava na escola, abandonado no caixote, e brincava de imaginar
Na sua terra o calor escaldante não deixava a chuva vir, nuvem alguma no céu, vento nenhum refrescava as tardes quentes, nada falava só o silêncio.
Ainda antes de sair de casa para a escola Tui ver a mãe reclamar da quentura, a avó se abanar estafada
Tui sai feito lagartixa pelas paredes, acha sombra em uma árvore após a ladeira que todo dia desce e um muro com um verso escrito sobre desejos, sobre a seca, sobre sede.
Qual sua surpresa os versos lembram o autor que tanto ama, é Manoel de Barros que o menino adota na alma, a professora sempre o vê entretido nos versos do livro gasto e esquecido, ainda oferece para que Tui leve para ler com a família, mas o menino diz que já tem todas palavras guardadas na memória.

Foi assim numa tarde quente como a do livro que vivemos na escola a história de  Tui  que encantou as crianças, fui lendo e eles se reconhecendo na história, meninas e meninos vindo no pingo do meio dia sob o sol castigante, beirando paredes para encontrar frescor.
Li mais uma parte e eles iam se familiarizando com a história, eram protagonistas feito Tui.
Leram, e se espantaram com a poesia de Manoel de Barros que fui introduzindo perante a beleza do livro de Rosana Rios e Maurício Negro pela editora Pulo do gato: Foi ele que escreveu a ventania e compreenderam que a poesia dá pra sonhar, sentir , brincar e que o menino era feliz guardando pedaços de sol, sonhando brisas...

Depois de ler as crianças reescreveram a história, criaram uns versos como os do livro e ainda apresentei Manoel de Barros, a biografia, alguns livros para as crianças se inspirarem e criar alguns poemas.

Leiam alguns:

"O sapo voou
na poesia
da menina. " Rafael

"Poesia é a gente brincar de imaginar ." Fernanda


"O passarinho cantou
no silêncio da sala de aula." Klewberth

" O sapo é um pedaço do rio
verde e bonito" Thaisly


Elas fizeram cataventos e escreveram neles palavras que ventam como poesia, amor, alegria, brisa, sonho, brincar.
Puderam suspirar e viver a poesia linda desse livro em homenagem a Manoel de Barros, o poeta menino












Assistam: