sábado, 28 de fevereiro de 2009

Escola do Amor











Lembro dos primeiros dias na primeira escola, os primeiros rabiscos, o primeiro lanche, o primeiro descobrir dos livros.
Foi como magia pra mim e pra você...
Pra você bem mais conquista, pra mim uma mistura de festa por estares ali a aprender, a se reunir com novas amizades, a participar de um mundo novo cheio de letras, músicas, tinta guache, cores.
Era uma tarde quente, onde podia se ver o sol tremer na terra branca do sertão e a sua irmã se preparava pra ir a aula, você mais que depressa pegou a mochila e pôs nas costas.Porém quando percebeu que não era você quem ia estudar começou a chorar como quem fica desolado, tristonho por não conhecer o castelo mágico.
Como eu tinha amigas professoras que davam aula na creche escolar resolvi te levar lá como ouvinte pra ver como você se comportava, pegamos água, arrumamos seus lindos cabelos negros cacheados, um caderninho e lápis e fomos nós rumo ao mundo novo das fábulas, faz de conta e aprendizado.Para surpresa minha você nem olhou pra traz entrou na sala, sentou como se há muito conhecesse o lugar e lá ficou por toda tarde, não chorou, nem sequer sentiu minha falta.
Assim começou sua trajetória escolar, nos seus três aninhos já adorava desenhar, estórias e cantigas de ninar que eu cantava pra você dormir.
Foram tantas festinhas, tantas exposições de atividades, dobraduras, pinturas, teatro, massinha de modelar, e eu lá coruja esperando você se apresentar no pátio da escolinha do bairro, toda vez que você surgia dançando cantando minhas lágrimas rolavam como é até hoje.E sei, sempre será!
Anos se passaram você se alfabetizou, caminhou, aprendeu, percorreu e ainda trilha a vida escolar, só que agora de maneira diferente, independente, bem distante do meu olhar curioso e superprotetor.Como naquele dia em que entrou na sala de aula e sentou sem olhar pra traz, você percorre seu caminho de saber e vitórias sem ver que ainda estou lá, esperando a hora passar e você voltar pra meus braços ansiosos pra ser seu mundo.O seu mundo agora é bem maior e está ao seu alcance.O mundo de muitas coisas que você precisa experimentar sozinha, sem minha mão a te conduzir.Mas espere ai! O meu amor estará sempre aqui entrelaçando sua mão e levando você a descoberta das coisas que a vida te pode apresentar, a mais linda delas; o amor que nos ensina que nada somos ou seremos se não aprendermos a amar.

Paula Belmino
*Para minha Sobrinha Artilia Sara
*As fotos são de momentos na vida diária escolar, festas, apresentações, datas comemorativas.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pra você voltar





O que faço pra você voltar?
Conto estrelas, carneirinhos?
Pra ver o sono chegar e o tempo passar depressa?
Ou saio pelo caminho colhendo flores
Pra adornar sua passagem de regresso aos meus braços?
Talvez fique em silêncio a beira da estrada
Sussurrando ao vento que ecoe meu grito de saudade
Ou até mesmo meu grito seja ouvido em pensamento nas muitas vezes que transmito em telepatia meu amor por ti.
O que faço pra você voltar aos meus braços?
Planto bananeiras?
Viajo pela terra inteira?
Atrevo-me a fazer ginástica e fortaleço esse desejo de te ver ou acalmo o coração?
Vôo ao céu em busca de uma estrela guia que me leve até teu colo
Ou aguardo sua vinda com essa ansiedade maluca me queimando noite e dia?
Seja o que for farei!
Só pra ter você novamente aninhada em meu colo
E os meus olhos nos teus terão a certeza de que nunca me despedi do teu olhar

Paula Belmino
*para minha sobrinha Artilia

Bolha de Sabão






Suave, leve, solta,
Flutuando no ar
Dança com o vento
Num gostoso balançar
Colore o dia
Traz à infância magia
Borbulhando entre as flores a perfumar
Brinca, lambuza, voa!
Guarda em si ternura,
Doçura!
É pura, leve, é bolha!
De sabão, a pequena bolha,
Faz a menina feliz
Que com a bolha voa leve
Saltitando entre as flores do jardim


Paula Belmino

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O fim do mundo

O fim do mundo


O mundo se desmancha tal como nuvem em dia chuvoso
Há ódio e desarmonia que tal como água fria congela os corações
O homem vive sem alvo
Não sabe pra onde vai
Semeia-se a inimizade
Tristezas e mágoas é a porta das mazelas
O que seria alívio se torna esconderijo de um povo sem paz
Esquece-se do amor, da solidariedade, do olhar ao céu e orar juntos pela humanidade.
O mundo vive num caos...
O diálogo esgotou-se e a violência gera morte e vingança
Há escuridão na alma do homem
E na luz não deseja se encontrar
Planta-se feridas no coração de Deus
O que seria felicidade se faz inveja, murmuração, vaidade e intolerância.
O homem se distância do amigo
E de Deus faz-se inimigo.
O mundo jaz no maligno
Só o coração em oração, perdão e amor ao próximo pode quebrar as algemas do mal

Paula Belmino
Paulabelmino.blogspot.com

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Meninos São estrelas




Meninos são estrelas

Menino é sempre um presente azul
Um mistério de força, proteção.
Meninos... são sempre aconchego,
Ombro amigo, amizade em constelação.
Meninos...
Pipas, carrinhos e bola de futebol,
Alegria, energia,
De manhã até o pôr do sol
Meninos são fortes
Vitória, superação!
São constantemente ativos
Indo de lá pra cá
Mil sorrisos!
Caem, e voltam a correr,
Sobem em árvores
São traquinas de se ver
É luz no começo do dia
Pra despertar a paixão do coração
Um reflexo de magia pra se enxergar a pureza
Uma estrela brilhante nos mostrando a imensidão
Meninos são estrelas que descobrem o infinito
São bonitos!
É de Deus a imagem
Meninos é a passagem pra vida
O elo do amor
Meninos foram desenhados pelo criador
Pra ser amigo, companheiro, protetor!
Meninos... A cor azul que Deus do céu pintou

Paula Belmino
*Homenagem ao meu sobrinho Amós Aquila

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Revistas, Orelhas e Sonhos






Antes de ser mãe eu passava os dias a ler e colecionar revistas, que me fazia sonhar em ter na minha casa uma criança pra me chamar de mamãe.
Dispunha as revistas em pilhas, organizadas, lidas com cuidado pra não amassar e as mantinha capa a capa tal qual chegavam da banca.
Foram anos de sonhos, de pilhas e revistas, ia janeiro, chegava dezembro e meu sonhos ali em cima da estante ou nas caixas dos desejos.Em cada revista, amor, proteção, cuidado aos primeiros dias de recém-nascido, chás, mamadeiras, aleitamento, dúvidas e conceitos pra qualquer mulher que deseja e é mãe.E eu ali por dentro me corroendo, me consternando, ansiando ferozmente ver o sonho pular das páginas de revista e fazer morada no meu quarto e coração.
Nas noites em que estávamos sozinhos eu e meu marido deitávamos cedo e ficávamos na cama lendo as tais revistas, até o sono nos dominar e meus sonhos de ser mãe repousarem sob a cama em meio a páginas abertas.
Foi assim como um passe de mágica em meio a contos de fadas que descobri que estava grávida, agora a leitura se fazia mais prazerosa, e nela eu escolhia a cor dos meus sonhos, rosa ou azul? Vestido ou macaquinho? Cesárea ou normal?
Nove meses de alegria a espera da linda menina que se descobrira fascinante de pernas cruzadas e boca sonolenta no primeiro ultra-som morfológica.
Ela veio linda, contente, meiga, e carinhosa, e minhas pilhas de revistas deixaram de ser uma coleção de sonhos, tomaram o lugar de guia para as cólicas, moda, aconselhamento, e estavam sempre a mão pra esclarecer as dúvidas de uma nova mãe coruja.Porém elas deixaram de ser alinhadas, organizadas capa a capa tal como compradas, a menina arteira começou a querer folheá-las, sem querer fez orelhas, rasgou aqui e ali de uma folha qualquer.
Hoje observo a coleção incompleta, com orelhas quase em todas elas, mas de fato vejo a magia das páginas saltarem pra o mundo de verdade, bebês belos desenhados se tornou real em minha vida.E as orelhas só me dizem que o sonho realizado é de carne e paixão, curiosidade e querência, ansiedade e contemplação.
.Não faz falta uma revista se está todo o sonho disposto ao meu lado.
Orelhas nas revistas me fazem sempre ver é criança crescendo querendo aprender.


Paula Belmino

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Coisas Pra Se Gostar

Coisas pra se gostar

Ler um bom livro



Plantar uma árvore




Brincar de esconde –esconde







Colher flores










Semear amor




Está debaixo de uma sombra fresca




Poesias de amor



Acordar cedo pra ouvir os passarinhos


E mergulhar no mar


Tomar um sorvete de casquinha



E comer uma fruta colhida do pé




E abraçar os animais


Fazer muitos amigos


Mas ter aquele especial


Brincar de roda



E andar de pé no chão



Ver a vida com os olhos de criança


E amar a Deus como Ele é!

Sombra Mãe





Há de se preservar o verde
O limpo ar
Um planeta bonito
Com muita vida pra dar
Há de se cultivar um sorriso
Uma flor de laranjeira
Milhões de árvores frutíferas
Pra matar a fome que anseia
Desce chuva de lágrimas
Nas folhas de meu jardim
Tristonhas folhas em morte
Gritando socorro aqui
Há de se preservar a vida
Cuidar da mata e das lindas flores
Semear milhões de sementes
Girassóis, rosas, amores.
Há de se esquecer o mal
E cuidar da árvore da vida
Respirar aliviado
Debaixo de sombras compridas
Como em colo de mãe
Dormir abraçado ao verde
Entre flores e folhas
Saber que a natureza tem sede.

Paula Bemino

domingo, 22 de fevereiro de 2009

ABC do Amor




Mil palavras escrevi
Em sonhos, pensamentos,
Senti.
Desejei ardentemente
O melhor presente pra ti
Escolhi na canção o tom
Das rosas o perfume
Do sol a luz
Da manhã o orvalho
Só pra dizer o quanto te desejava
Nos versos deixei a alegria fluir
A paz reinar
O desejo de vida ecoar
E com sangue tracei um poema
Que só fala de amor e carinho
Do meu coração pra o teu tão pequenino.
Escolhi as cores do arco-íris
E pintei tua face
Do mar a vida
Do ar a liberdade e asas
Pra levar-te comigo
Por onde quer que eu andasse.
Somente poucos versos com letras eu pude escrever
Pois meu amor é tão grande que não dá pra entender
E assim em sangue e amor eu te vi nascer
Foi o poema mais lindo que pude criar
Mil letras do abecedário não podiam formar
Do céu o infinito
De Deus o para sempre
O poema de amor mais lindo
É minha semente.


Paula Belmino

Sonho e espuma

Por entre as frestas de minha janela entra um pouco de luz que teima em dissipar as trevas dentro de mim, em vã tentativa.
Só há escuridão e melancolia aqui.
Estou cansada desse silêncio que adentra meu quarto e dessa solidão em minha alma.
Apenas o grito ecoado no meu interior se ouve.
E já não há pra onde fugir, não há caminho que esta luz ilumine, não há refúgio sem o amor perdido.
Estou só em meus pensamentos
Cessou o abraço amigo e a voz companheira. É só saudade e tristeza, um luto da perca de meu sorriso.
Minha alma definha, em farrapos se vai conduzindo em indiferença, numa mente doente sem paz.
Estou ressequida, esmorecida, atordoada.Um mal de amor que voou e me deixou.Um maldizer que me atacou e parece não ter cura.
Fecho os olhos pra ver se escapo desse pesadelo...
Durmo, sonho e vôo através das nuvens que são espumas e bolhas de sabão.Espalham-se, me levam ao cume de um monte alto, esfumaçado, de onde não dá pra ver o sol. É ai que como que num ritual sagrado a fumaça sobe acenando pra mim.Acordo. Estarreço-me e volto ao começo, de onde nunca sai.
Volto pra realidade, há muito que se fazer aqui.

Paula Belmino

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval na Alma



Carnaval na Alma


É festa, é dança, euforia.
Celebram-se a carne
O que nos traz alegria.
Música, ritmo, algazarra.
Muita vida e sorriso
Máscaras e colorido
Alegra-se o corpo
Dança e festeja no alto som.
Carnaval...
Não se esqueça de alegrar também a alma
E além de dançar, amar!
Com toda força,
Acima de tudo
Use a máscara do bem
A cor azul da paz
Solte bolhas de sabão
E fogos de alegria
É festa, é fantasia, folia.
Celebram-se o gozo e o prazer
Não esqueça de sempre agradecer
Nessa festa a vida, a amizade,
Use máscaras de felicidade
Mas de cara limpa festeje a vida
E ao findar o soar de buzinas e pandeiros
Que seu amor grite por inteiro
Em silêncio guarde o de bom que tem na alma
A felicidade não é carnaval
É poesia que nunca acaba!

Paula Belmino

Flores no Verão



Flores no Verão

Rosas e borboletas
Em festa de verão
Sol intenso
Luz adentrando a janela
Abelhas rainhas, joaninhas,
Aquarela!
É verão
Comemora-se a estação
Dos dias idos e bem-vindos
Da festa no coração
São todos amigos
São alegres em frente ao mar
Praia cheia
Luz e candeia
Luar!
Rosas e passarinhos
Cantam repousados do jardim
Sinfonia de amor
Pra você e pra mim.
Beija-flores, pombas brancas,
Voam trazendo paz
É verão!
Bem mais parece primavera
Tanta flor e canção!
São todos coloridos
São tinta e papel
Poesia,
Harmonia,
Tempo de amar na terra e céu!

Paula Belmino

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A chupeta Pepeta




A chupeta Pepeta

Era uma vez uma chupeta vermelha de bolinhas, ela vivia triste por que ninguém a comprava.Todos a viam na farmácia, mas a olhavam meio enojados e acabavam por deixá-la sempre sozinha.
As mães chegavam apressadas e se haviam perdido a chupeta adorada do filho só queriam escolher uma de mesma cor, mesmo bico, mesmo formato.E a chupetinha ficava sempre tristonha encolhida em seu cantinho de plástico.
Uma mãe que resolvera não dar chupeta ao filho foi passando e a viu, olhou, admirou-na e achou a Pepeta linda, fashion, e muito engraçada. Pepeta ficou corada de alegria e toda saltitante ficou quando soube que ia ser amada por sua nova dona.
Os dias passaram e Pepeta era adorada, beijada, aquecida, guardada com cuidado, tal como os bichinho amigos da menina. Se em algum momento a menininha a deixava cair, logo e prontamente a mãe a vinha cuidar dela, e era uma hora de banho quente, fervente, pra deixar Pepeta sempre limpinha e cheirosa.
A menininha cresceu e com Pepeta desenvolveu-se, mas sempre que queria carinho estava a procura-la  como que fosse um abraço, se desejava dormir não a largava , e se ao dormir ela saia de perto, ah! Ai sim abria o berreiro!
Os meses passaram e a mãe da menina percebeu que ela estava crescendo demais pra ser amiga de uma chupeta, eram as conversas em murmurinho, eram dicas de avó, eram recomendações médicas, todas essas a fim de que Pepeta fosse deixada pra trás.
Pepeta era de vida e sonhos de criança, mas de uma infância primeira, e a menina já havia deixado sua infância crescer.
A mãe triste por ter que se despedir da chupeta começou a ler sobre a vida de pepeta, e entre contos leu o conto Minha chupeta virou estrela, e pode ver que a chupeta é um vínculo de mãe e filho, uma demonstração de carinho, um apego a criança que cresce e que as mães teimam em deixá-la ainda pequena, mesmo que se deseje o crescimento e amadurecimento infantil.
Foi assim depois de conversas e reflexões do uso amigo da chupeta Pepeta que a mãe passou a retirá-la do quarto, das tardes assistindo a tv, da manhã preguiçosa e da boca da menina por conseqüência.
Pepeta não ficou triste, sabia que sua função fora bem exercida e que a menina sentiria saudades, mas depois a esqueceria, e guardaria com ela na memória e nas fotografias.
Sabia que seria lenda, estória, poesia!
Como a que sua mãe escrevera um dia.
Pepeta adormeceu, a menina ia pra escola, brincava, comia dançava e dela esquecia,
A chupeta Pepeta fora encontro, uma vida, consolo de choro, euforia.
Agora pepeta era a estrela do conto de Pedro e uma linda poesia... Que a menina só leu depois que cresceu.

Paula Belmino
*Memória a Chupeta Pepeta (assim Alice a chama) vermelhinha de bolinhas brancas, que por vezes foi comprada em réplica pra enganar a menina!

Flor Menina





Flor perfumada
Branca e pequenina
Pétalas suaves
Inocência de menina
Delicada
Sublime.
Flor de amor
Margarida dos sonhos
De paz na cor
Perfume doce, suave,
Inocente em esplendor.
Ternura, doçura,
Símbolo de pureza
Margarida pequenina
Minha terna e meiga flor
Margarida estimada
A inocência da criança
Em suas folhas delicadas

Paula Belmino

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Meninas sorriem...Meninos choram


Meninas sorriem... Meninos choram

Há de se discordar que meninos não choram
Homens são extremamente fortes
Não podem ser sensíveis
Não podem chorar.
Meninas essas são choronas por natureza
Desde o mimo da mãe
Ao primeiro momento de separação
E crescem, sofrendo por amor,
Chorando nas noites caladas
Até alcançar o sonho
Que volta a ser lágrimas
Na noite propícia do matrimônio,
No descobrir que será mãe
A gravidez toda chora,
No nascimento do filho chora,
E ora
E outra vez mais chora.
E os meninos?
Homens que sustentam o nó na garganta
Guarda a mágoa o rancor
Escudam-se do amor?
Mas não chora?
Será essa a vã filosofia?
Meninos também choram
De dor, de raiva, de solidão.
A alma de meninos e meninas é lágrima
Desejando consolo e lenço de acolhimento
Choram por dentro
Buscam paz
Meninas sorriem em suas conquistas
Meninos choram pelos tais
Ser, Poder, conquistar, alcançar.
Meninas sorriem
Meninos choram
Outra vez choram e voltam a sorrir
Meninas choram de insatisfação e sorriem por serem completas
Homem e mulher, menino e menina...
Todos choram e sorriem
Por que a alma é pranto, é festa,
E não se sabe por certo quem é dono de si.
Alma não tem sexo
Menino ou menina...
Choram e podem sorrir.

Paula Belmino

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

As Bodas de Nosso Amor




O nascer do Amor

O amor nasce de uma flor
Nasce de um encontro
Nasce do coração
O amor é livre
É brisa
Vento que espalha sementes de paz.
Foi assim nosso amor...
Nasceu no jardim da solidão
Num encontro de almas desesperadas
E livre libertou nossas almas presas pela dor
O amor que em nós se formou
Foi hálito de vida
Foi surpresa e despedida
Pra uma vida monótona e triste.
Nosso amor deu asas ao futuro
E nele nos apegamos
Sofremos,
Quase morremos
Mas o amor foi nosso forte
Deus a nossa sorte
E o anjo nos trouxe o milagre:
A caridade!
Em nós o amor foi rocha
Foi a semente a germinar
Foi estabelecida benção de luz
Nascida dele uma criança
Que nos faz sentir que podemos não ser o casal ideal
Mas somos os pais mais felizes do mundo
E o casal mais realizado
Por que em nós flui vida
Sorte,
O amor em nós nasceu,
Cresceu, procriou.
Criou asas e sob a felicidade voou.

Paula Belmino
*Aos meus três anos de casamento

Perdão

Há uma ferida dentro de mim
Quero chorar a dor dessa solidão
Desse ressentimento
Essa mágoa e angústia que me afronta
Há uma dúvida dentro de mim
Onde eu errei?
Onde cai?
Perdoe-me, estou aqui humilde a suplicar.
Há uma revolta, uma lágrima de temor,
Essa violência ferindo a gente
Esse desamor querendo sufocar nossa alegria
Onde desembainhei minha espada?
Que almas eu traspassei?
Perdoe-me, vim aqui com amor me explicar:
Sou fraca,
Sou falha,
Sou errante nessa vida
Sou a própria ferida em carne aberta
Sangrando de dor.
Onde errei?
Qual foi meu pecado?
Que coração eu quis matar?
Se há humildade em mim
Olhe bem aqui dentro de meus olhos
E veja o que trago nas mãos
São flores e bálsamo
Pra te cobrir de beijos
E curar teu coração
Sou perdão, sou irmandade...
Errei,
Mas vim aqui quero voltar a ser teu irmão
Perdão!

Paula Belmino

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Caminho das Águas

Caminho das águas

Suave chuva
Molha, lava, me purifica.
Leva as mágoas,
As dores,
A saudade.
Em rio forma-se pela cidade
E sinuoso vai correndo
Levando meus pensamentos
Minhas tristezas
Em total sutileza

Lágrimas se unem ao rio
E corre em torno de mim
Vai moendo
Vai limpando
Deixando que vá me partindo
Consumindo a angustia
Vai cachoeira descendo
Ao encontro ao mar
Pura,
Cristalina,
Clara.
Meu coração a mergulhar
Reparte-se em dois lados
Um na praia outro no mar
Lágrimas de uma saudade
Que a água não pode o caminho achar!


Paula Belmino

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O tamanho do Amor


O tamanho do Amor

Mil versos pra cantar o amor
Mil palavras pra expressar o que sinto
Não dá!
São poucas
São falhas
São raras
Não dá pra descrever o meu querer
Esse amor por você
Milhões de estrelas
Tal como a areia do mar
Pra dizer-lhe do que sinto
Desse sentimento íntimo
Dessa paixão que meu peito mora
Não dá!
É pouco
É abstrato
É insaciável
Não se pode descrever o amar
Não se pode contar o quanto é o amor
Não posso falar
Não posso gritar
Não posso medir
Esse amor é bem maior que o universo
Semelhante às nuvens
Que vem e vão
Feito chuva de verão em fim de tarde
Feito o orvalho na flor
Meu amor é fruto santo
É dom de Deus
É poesia indescritível
O hálito da vida na alma.
O amor que guardo comigo é mil vezes maior que o céu
É infinito
Do tamanho do mundo
Abismo profundo!
Milhões de vezes contar é pouco
Não dá!
Pra dizer-lhe o quanto lhe amo
Só se você vier dentro de mim morar!

Paula Belmino

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Silêncio de Um Amor

Silêncio de um amor

Minha boca se cala
Não canta, não lamenta
Em silêncio está
Adormece meu coração
Congelado de solidão
Nem o fogo da paixão o aquece mais
É saudade o tempo inteiro
Acolhe meu peito como berço
E eu a sós
Nem ao menos penso em nós
Só sou eu e o vento
O tempo que não volta mais
As tardes e os cantos dos pássaros
Que voaram pra distante
Só deixou meus ais
Minha boca só murmura
Lábios entreabertos
Esperando um beijo teu
Ressequidos, abandonados,
Entregues a dor do peito meu
Lá fora a tarde cai
Em mim uma saudade intensa feito a noite
Que não quer amanhecer
Fica a sós
Sem nós
E dá vontade de morrer
E quem sabe ao chegar ao paraíso
Eu poderia te beijar
E assim minha morte mártir
Poderia me salvar
Dessa vã melancolia
Essa tristeza noite e dia
Essa falta de te ver
Minha boca fechada
Em sussurros clama por você


Paula Belmino

Dança Bailarina





Dança Bailarina

Baila bailarina
Linda bailarina
Voa como pluma
Rodopia e sorri
Dança bailarina
Flutua sob os pés
Alcança as nuvens em ternura
Quão formosa és!
Canta e gesticula
Os braços soltos no ar
Leve sorriso nos lábios
Os olhos a brilhar
Baila,
Dança,
Sobe feito bolha de sabão
É bela, envolvente,
Girando como o pião
Move-se como o vento
E deixa em mim alegria
Sua dança, seus passos,
Conduzem-me à poesia
Jovem e disposta
Ergue membros dispostos ao céu
Bailarina alegre
Bailarina doce como o mel
Vai rodando
Vai dançando
Bailando em movimento de festa
Na música do amor e de paz
Há dança mais linda que esta?

Paula Belmino
*Para milha filha Alice Rute

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Os passos da vida

Os passos da Vida

Passos lentos
Caminhar beijando flores
Escolhendo amores
Passos em paz
Vai sem pressa vivendo a vida
Semeando frutos de amor
Passos firmes
Em busca de Deus
Vai a joelhos andando
Da montanha rumo ao céu

Passos sadios
Busca o conhecimento
Descansa sobre os livros
E seu pensamento divaga
Busca riqueza, segurança,
E o dom de transformar
Passos lentos
Caminhando sempre e devagar
Vive e aprende constantemente

Passos fortes
Em busca de sorte e de dignidade
Vai correndo, vai fazendo,
Produzindo a felicidade
Passos pro bem
Em sacrifício a Deus
No passo da sabedoria
Aprende com o livro sagrado
Faz de sua caminhada saudável
E de sua vida a total felicidade

Paula Belmino

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lágrimas da Chuva




Lágrimas da Chuva

Há solidão...
Um silêncio
Um vazio
Marcado pelo plic plac
Das gotas da chuva
Lá fora escorrem
Molhando as folhas ao chão
Fazendo frio no coração
Há uma melancolia...
Que a cinza do dia não pode disfarçar
São as lembranças
A nostalgia da infância
E uma saudade a torturar
Incomodada pelo tic tac
Do relógio velho na parede
Que insiste ao tempo
Não podes parar!
Há uma lágrima nos olhos...
Uma dor no peito que não quer calar
Grita com as nuvens em rodopio
Desaguando no meu quintal
Há um silêncio...
Uma saudade...
Uma nostalgia,
Que o tempo não pode apagar
Junto à chuva
Minhas lágrimas frias
Que de noite ou dia
Vão te encontrar
E junto à chuva molhando a cidade
A minha alma pra sempre há de te amar

Paula Belmino

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009




Lindo Dia


Foi assim...
Num dia lindo
Um raio de sol pra mim
Foi sinuoso como o rio
Em seu caminho trouxe a brisa
O alimento
E saciou a sede de amor que a alma fatigada sentia
Foi assim...
Num vento de vida
Um sopro de liberdade
Esvoaçou-se o pó da tristeza
Levou as folhas secas e amargas
E renovou o dia
Num claro dia, a chuva de verão
Água doce refrescando o calor
Abrindo caminhos
Ceifando a terra
Sementes de amor a nascer
Num dia de primavera
Sol e chuva
Flores e ar
A natureza em festa a te abençoar
Boas vindas a te esperar
Num dia lindo e feliz
A criança bela nasce
Pra fazer da vida o mandamento de amar
O sentimento puro e sagrado que cada dia
Dentro de minha alma renasce.

Paula Belmino

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Criançola










Criançola


A criança sorri
Encanta com seus olhos
E gestos de menina fada princesa
Criançola
Que brinca e corre
Que traz afeto
Que deixa o mundo mais bonito
Mais honesto
A criança é a luz
Guiando o caminho do céu
Abrindo portas do coração
Fazendo a paz
Gerando vida
Estendo a mão do perdão

Criançola...
Um anjo sorridente
Uma flor gente
Que perfuma e exala amor
Criança divina
O fruto de um milagre
Criançola...
Eterna criança que faz da vida a felicidade

Paula Belmino
*à minha filha Alice Rute

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009


Presentes de amor


Eu escolhi seu nome com amor
Bordei com ouro
E vesti-te de beijos
Imaginei-te antes do ventre de tua mãe
E concebi o ser mais lindo
Cabelos negros
Pele branca
Olhos de mel
E uma ternura sem igual
Eu te amei
Desde o inicio.
Desde a tua gestação
E mil presentes sonhei pra ti
Saúde, paz, amor,
Vida longa!
Sempre sonhei com tua infância
E ansiei te ver correr pela casa
E sorrir
Vi-te teus primeiros passos
Fui eu quem te ensinou o be -a –ba
Quem viu tua fascinação com as descobertas da vida
Quem estava contigo nas horas alegres ou tristes
Fui eu quem te amou em concepção
Uma mãe tia coruja
Unida pelo amor
Pelo dom que Deus nos deu
Somos gêmeas no coração
Somos geminadas na alma
Eu amei e vivi ao teu lado
E sempre soube que tu serias o que és
Uma linda rosa que enfeita a vida!

Paula Belmino

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

BOM DIA

Bom dia

Vim trazer um raio de sol
A luz do meu sorriso
E a paz do meu Deus
Vim te trazer alimento
O pão da amizade
E meu amor que é todo seu
Vim trazer alegria
Poesia
Minha mão estendida
Somos irmãos?
Vim trazer bom dia
Quero começar de novo
Uma nova manhã de esperança
Inocência de criança
E do Espírito Santo o renovo
Vim trazer pureza
Em minhas lágrimas de tristeza
A transformação
Por que assim que amanheceu o dia
O sol iluminou minha vida
E a Deus fiz uma oração:
Que seja sempre feliz o dia
E que o mundo tenha mais fé e união!

Paula Belmino

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009






Sol da manhã


Sonho de Deus
Desejo amado
Sonhado, almejado!
Sonho que sonhei e esperei
Com ternura, candura.
Lindos olhos cor de mar em manhã ensolarada
Bem cedinho, suave,
Iluminando a cidade e a alma!
Sonho celeste
Minha prece atendida
A mais bonita!
Puro romance
Um amor belo e singular
Igual ao vento sopra
Soprastes em minha vida
E levastes as mandingas e maldições
Sou abençoada contigo
Sou prêmio Nobel da paz
Sou arte, poesia, folia,
Sou a alegria.
Em tuas conquistas me realizo
Em teus feitos me refaço
Em sua luz me ilumino
Na sua voz me calo
E no seu cantar eu danço
Sua vida é minha vida
E a felicidade mora aqui
Sou realizada pelo anjo que habita junto a mim.
A menina da manhã de primavera
Com seus cachos perfumados
E sua boca de carmim
A mais linda criança que já vi.


Paula Belmino

*Alice está na revista Crescer deste mês de fevereiro, confiram! Que alegria pra mãe coruja!