terça-feira, 30 de março de 2021

Coelhinhos na Coleção Dedeka

 




Segredos do Coelhinho


Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?

Amor, alegria, amizade enfim!

Coelhinho da páscoa que cor é o amor?

Rosa, vermelho, branco furta cor!


Coelhinho da páscoa qual melhor presente?

Brincar, abraçar e estar sempre contente

Coelhinho da páscoa que será do futuro?

O futuro é agora, é a esperança do mundo.


Coelhinho da páscoa qual segredo da felicidade?

Afeto, poesia, alegria e bondade,

Coelhinho da páscoa como é ser feliz?

É amar, cuidar e escrever com papel e giz!


Paula Belmino






Quem mais aí ama fantasia de coelhinho?

Com proposta para brincar sem sair de casa, agasalhar, criar vínculos e memórias afetivas nas crianças a Dedeka traz a linha coelhinhos com peças como pantufas e toucas com orelhinhas, além de casacos, macacão, pijamas com rabinho feito em fleece, material quentinho e confortável como o pelo de um coelhinho e com a vantagem do double face , que traz a vantagem de usar dos dois lados nas cores marfim e conza, sendo uma parte apeluciada e outra sedosa.


Garanta o seu


https://loja.dedeka.com.br/produto/macacao-infantil-divertido-de-coelhinho-marfim-de-fleece-double-face

quinta-feira, 25 de março de 2021

2° Encontro Editora do Brasil

 

 
VEM AÍ O 2º ENCONTRO EDITORA DO BRASIL PARA
BIBLIOTECÁRIOS E MEDIADORES DE LEITURA

 
Nos dias 28 e 29 de abril, o evento promoverá troca de experiências de imersão em leitura considerando a autonomia crítica, a capacidade narrativa, a diversidade interpretativa e o interesse pessoal de cada leitor.

Instigar crianças e jovens a ler efetivamente não é uma tarefa somente para os apaixonados, visto que envolve repertório, experimentos pessoais, e, sobretudo, exige a disposição do mediador em se colocar ombro a ombro com os demais leitores, escutando e dialogando para que a jornada se revele em igual condição para todos: a de se descobrir. 

2º Encontro Editora do Brasil para Bibliotecários e Mediadores de Leitura foi pensado com o intuito de fortalecer conhecimentos para a ação de intermediar leitura, promovendo diálogos entre a singularidade e a autonomia de cada um e considerando a diversidade na qual se está inserido.

Com a colaboração de pessoas seriamente comprometidas com o debate sobre o desenvolvimento da leitura, a programação do evento promoverá troca de experiências de imersão em leitura considerando a autonomia crítica, a capacidade narrativa, a diversidade interpretativa e o interesse pessoal de cada leitor.
 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

28 de abril – Quarta-feira

9h   Abertura com Penélope Martins e Isabella Zappa 
Tema: Desenvolvimento Leitor – Resgatar a memória para construção de um percurso pessoal de narrativa.


9h30   Mesa 1 – Convidadas: Rima Awada, Cassiana Pizaia e Rosi Vilas Boas
Tema: A construção da narrativa enquanto lugar de debate.

11h  Mesa 2 – Convidados: Lucas Meirelles e Inês De Biase
Tema: Quem lê, o que se lê e como é lida a Biblioteca enquanto espaço físico e imaginário dentro da Escola.

12h30  Encerramento e Sorteio de kits de livros
Narração de história - Título “Kethiwe, a rainha da Imbira”, com Mariana Per.


29 de abril – Quinta-feira

9h   Mesa 3 – Convidadas: Bel Santos Mayer e Luciana Gomes
Tema: Girar mundos para ver e ler “além do espelho”.

10h30  Mesa 4 – Convidados: Rosinha e Fernando Vilela
Tema: A composição dialógica da imagem e sua leitura.

12h   Encerramento e Sorteio de kits de livros
Narração de história “Uma história em busca de quem a escute”, com Giba Pedroza.


Conheça os palestrantes:

Penélope Martins é escritora e narradora de histórias, advogada e especialista em Direitos Humanos, além de autora da Editora do Brasil. Entre seus livros, destaca-se “Minha vida não é cor-de-rosa”, ganhador do Prêmio Biblioteca Nacional na categoria Juvenil.

Isabella Zappa é educadora e Mestra em Educação pela PUC-Rio, além de formadora de mediadores de leitura e criadora do blog “Na corda bamba”, espaço que valoriza a literatura e privilegia o debate para a ampla formação leitora.


Cassiana Pizaia é escritora e jornalista. Trabalhou por mais de vinte anos em emissoras de TV como repórter, editora e coordenadora de equipes. Atualmente, produz documentários e mantém o blog “Aos 4 ventos”, com indicações de livros, filmes, ideias e viagens por estradas reais, virtuais e literárias.

Rima Awada Zahra é escritora, psicóloga e Especialista em Terapia Familiar Sistêmica pela Faculdade Teológica Luterana (2014). Presta atendimento a crianças, adolescentes e famílias. Atua na área de Direitos Humanos, com ênfase em saúde mental, e é colaboradora do Núcleo de Psicologia e Migrações do Conselho Regional de Psicologia.

Rosi Vilas Boas é bibliotecária, Especialista em Educação e escritora. Atualmente, trabalha em biblioteca universitária, com acervos impressos e conteúdos digitais educacionais em diferentes suportes tecnológicos. Há mais de 40 anos atua na defesa dos Direitos Humanos.

Inês De Biase é pedagoga formada pela PUC-Rio e Especialista em Leitura. Professora de oficina literária, coordena os Projetos de Leitura da Escola Parque no Rio de Janeiro. Também foi responsável pela coordenação da escrita do caderno de referência “Bibliotecas Infantis” das Bibliotecas Parque Estaduais do RJ.

Lucas Meirelles é bibliotecário formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Pós-graduado em Gestão da Informação Digital pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Atualmente é bibliotecário da Escola da Vila, em São Paulo.

Mariana Per é atriz, musicista, cantora, narradora de histórias e educadora. Integra a Cia. Alcina da Palavra e a Produtora Sá Menina.

Bel Santos Mayer é educadora social, coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC), cogestora da Rede LiteraSampa e docente da Pós-graduação Literatura para Crianças e Jovens do Instituto Vera Cruz. Por seu trabalho, recebeu os prêmios Retratos da Leitura no Brasil (2018), 67° Prêmio APCA, entre outros.

Luciana Gomes é formada em Pedagogia pelo Instituto Singularidades e Pós-graduada em Literatura para Crianças e Jovens pelo Instituto Vera Cruz. Atualmente trabalha no ateliescola Acaia, compondo a equipe da biblioteca e do Barraco Escola. Integra a gestão do Instituto Çarê e pertence à Coletiva Fiandeiras.

Rosinha é arquiteta e autora, com mais de 110 livros publicados. Participou de importantes mostras internacionais e recebeu vários prêmios, entre eles Jabuti, Cátedra Unesco PUC-RIO e White Ravens. Pela Editora do Brasil, publicou “O Mar de Cecília” (vencedor do Prêmio FNLIJ 2018 na categoria Poesia), “Minha Pasárgada”, entre outros.

Fernando Vilela é artista plástico, escritor e ilustrador, graduado em Artes pela Unicamp e Mestre pela ECA-USP. Por seu trabalho, recebeu importantes prêmios, como o Jabuti, e a inclusão de seu nome no catálogo White Ravens da Biblioteca Internacional de Munique. Pela Editora do Brasil, publicou “Ana e os palíndromos”.

Giba Pedroza é escritor, narrador de histórias e pesquisador da tradição oral e da literatura para a infância. Entre os seus livros publicados, estão “A lenda do preguiçoso” e “Alecrim dourado e outros cheirinhos de amor”.



Sobre a Editora do Brasil: 

A Editora do Brasil busca, há mais de 75 anos, renovar produtos e serviços que levem aos milhares de educadores e alunos do Brasil conteúdos atuais e materiais de qualidade. Nos quatro cantos do país, professores e gestores utilizam nossos livros e têm acesso a um projeto didático comprometido com a ética e com uma educação cada dia melhor. 

O compromisso da Editora do Brasil é com o dinamismo do conhecimento e com a educação que transforma e é transformada. Mais que nunca, posiciona-se ao lado dos educadores, observando, analisando e discutindo os novos desafios do ensino em nosso país.

terça-feira, 23 de março de 2021

Bem Viver


A infância é  um piscar de olhos

É  preciso aproveitar 

Viver intensamente 

Sorrir, mover-se, brincar.





Dormir e alimentar-se bem, 

E também  se exercitar

Fazer da vida uma festa

A  natureza inteira amar.



Estar de bem consigo mesmo

E com amor o mundo cultivar

Semear flores e árvores 

O bem plantar. 



A infância é piscadela

Seu tempo breve  passa

Mas é educando a criança 

Que se faz adultos  com graça.


Para a gente ser feliz 

É preciso saber viver

Brincadeira, amor, poesia

Aprender com o outro conviver. 

.

Paula Belmino 


Alice hoje acordou com seu pijama Dedeka  pegou  os patins e foi pra calçada  brincar, leu um pouco, fez fotografia para  seu dia registrar. Ela  é  sempre  feliz, sem fazer caras e bocas, ama ficar de pijama e curtir o dia numa boa.

Os pijamas da Dedeka são  confortáveis,  faz o estilo  despojado, dá pra usar com tênis e sair por ai. Ela usa este com calça moletom que faz bem  o jeitinho dela..

A coleção Outono-Inverno da Dedeka este ano se chama Hora de brincar e traz inspiração  nas brincadeiras dentro de casa,os jogos, o explorar  o quintal, com peças coloridas, tecidos  com tendências da moda como  o tie dye, ou que brilham no escuro para incentivar o brincar   sem medo  do escuro, fazer da hora de dormir uma brincadeira, ou relaxar a ouvir  histórias.  Aguçar  a criatividade  das crianças  é marca registrada da Dedeka sem nunca perder o conforto, e o incentivo à  infancia viva e feliz.


Conheça  mais da coleção  e adquira suas peças  pra dormir  e brincar. 

https://www.dedeka.com.br/blog/hora-de-brincar-e-tema-da-nova-colecao-da-dedeka


segunda-feira, 22 de março de 2021

Água. 22 de Março. Dia Mundial da Água

 


Água


Água viva,
Água fonte de vida.
Maré cheia,
Encanta, é sereia
Mãe d água,  peixinhos
Nas águas do mar.

Água fluída,
Alga colorida,
Rio a serpentear.
Corre a água ligeira,
Deságua em cachoeira
Ribeirinho a alimentar.

Água virtude,
Água saúde,
Líquido vital.
Do corpo é natureza,
É chuva, é  gota,  pureza,
Para  todo ser é fundamental.

Água oceano,
Líquido soberano,
Margeia do Norte ao Sul.
Poço, rio, riacho, lagoa
Água doce e boa,
Desse planeta azul.

Paula Belmino

domingo, 21 de março de 2021

Diversidade






Hoje 21 de Março também  se comemora  o Dia Internacional da Síndrome  de Down, e trago a dica deste livro lindo  da escritora  Celina Bezerra:

Bruna: uma amiga Down mais que especial’ com ilustrações de Sara Lopes e publicado pela Editora InVerso 


Neste livro a autora busca falar sobre  inclusão,  do direito de participar das brincadeiras, das escolhas , dos clubinhos. Bruna é amorosa   e divertida, mas com sua  condição especial é  sempre  vista rodeada de cuidados. Poderá Bruna nos ensinar que deficiência alguma impede  de vivenciar e ser ativo?

Vale a pena ler!

O livro está  na 2a edição. 


E baseado  nele fiz este poema:


Diversidade


Não se chama  diferente

Muito menos especial 

Nada tem de incapaz

Quem tem síndrome de Down.


Incapaz é  quem  não  vê 

Cada ser  é singular

É  desumano e insensível 

Quem não sabe respeitar.


Não há deficiente 

É  capacitismo rotular

Se cada um tem o seu jeito

Sua maneira de agir, falar, e de pensar 


É empatia e sensibilidade 

Respeitar  o ser humano

Que não se classifica apenas  por gênero, cor,

Sexo ou cromossomo.


Somos todos  seres humanos

Com deficiência  ou limitação 

É preciso amor, respeito

Garantir a todos, inclusão.


Somos em si mundo diverso 

Gente ímpar por natureza 

Mas todos iguais, humanos 

Esta é a  plena certeza. 


Paula Belmino.


sexta-feira, 19 de março de 2021

Um monstro. Aula de Leitura




Eu vi um monstro
Feio, peludo, cabeludo.
Me assustei...
Gritei,
Chorei,
Esperneei.

Ele teve medo de mim
Berrou...
Pulou,
Se arranhou,
E eu tive medo dele também.
Depois do susto
Ele saiu,
Fugiu,
Sumiu...
E eu logo despertei.
Cadê o monstro que estava aqui?
Foi só  um pesadelo
Apenas sonhei!
Ou com meu berro
O monstro acordei?

Paula Belmino


Meu poema ilustrado por Camila Angelis deu inspiração para a aula de leitura da professora  Rô do Canal Artes da Tia Rô





quinta-feira, 18 de março de 2021

Serenata pra Salete




Sapo Sansão  caiu  no poço 

Não  podia sair de lá 

O sapo sem saída, 

Passou  a noite a coaxar.


Salete do quarto saiu

O sono  logo perdeu 

Sansão solitário, 

Coaxava o canto seu. 


Sapo Sansão dentro do poço,

Salete sem sono  a ouvir

O sapo desesperado,

Queria do poço  sair.


O sol  já  saía 

E Sansão sapo a soluçar.

Lá  no fundo do poço 

Soava o seu chamar.


Salete segue o som 

Para o sapo salvar

Desce um balde ao fundo  poço 

Que  ideia salutar!


O sapo sobe  no balde

Silencia  o coaxar.

E já  em terra agradece

Por Salete lhe salvar.


Salta aqui, salta acolá

Some no meio da mata.

À  noite Salete dorme e sonha,

Sansão  lhe faz uma serenata.


Paula Belmino

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Poema que fiz ontemà noite inspirada  num sapinho no quintal . O nome Salete dei à  uma grande amiga  professora  que após  ler confessou ter um sapo de estimação chamado Sansão, dai batizei-o. Um presente para esta grande amiga profissional apaixonada  por literatura. 

Ilustração do poema desenho  da minha sobrinha Hadassa. 

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#frog #poema #desenho #ler

segunda-feira, 15 de março de 2021

Programa Sala de Leitura



 Ato de Ler


Leio o livro,

As entrelinhas,

As palavras lavram minha alma,

Torrentes de fogo e água.

Leio o livro,

Faço-me palavras,

Emoções substantivas,

Ações reverberam meus passos.

Leio o livro,

As narrativas,

A história de muitos povos

Entrelaça-se à minha.

Leio o livro,

Construo olhares,

Pontes do indizível

Dando voz ao impossível.

Leio o livro,

Teço oportunidades

Direitos de ler, refletir, indagar

Políticas para refazer a humanidade.

Leio o livro,

Refaço-me no sonho,

Ou na ambiguidade das relações

Faço-me cidadão.

Leio o livro,

Mais que as palavras

Para além das histórias escritas,

Leio a mim, leio o outro, leio o mundo.

 

Paula Belmino


Com grande prazer participei do programa @sala.de.leiturarn Sala de leitura com o jornalista Adriano Gomes. Uma roda de conversa com os escritores potiguares Jadson Carvalho @jadsoncarvalhojor e Araceli Sobreira @aracelisobreira sobre ações e projetos de fomento à leitura.
Passem lá no canal do YouTube para ver este momento onde também apresento minha obra "A menina que sabe chover com ilustrações de @francisco.dam @editorainverso
E já deixando a deixa sobre o lançamento de meu novo livro pela @editoracja que em breve acontece.



quinta-feira, 11 de março de 2021

Quando a vida era pipoca



  Era tempo de inverno. A chuva lavava a terra, a alma.

  Formavam-se riachos fininhos, alimentando os rios temporários que levavam na correnteza a seca, a tristeza, as lágrimas de alegria de quem ansiava a chuva por tanto tempo.

  Quando se fazia estiagem, a areia varrida pela água da chuva, de tão fina, parecia de praia, fina, leve, sem pedras, secada pelo sol escaldante e pelo vento que mudava a paisagem. No chão, o rastro da água registrava a passagem do pequeno riacho.

   A areia servia para as crianças brincarem, fazendo estradas com seus carrinhos de bois de espigas de milho e enchendo as roladeiras de latas vazias com pequenos furos para que, ao rolarem presas às mãos por um pedaço de fio, fizessem montinhos no meio do riacho feito vale encantado. 

  A areia era útil ao brincar e também aos afazeres domésticos. Servia para arear vasilhas, dar polimento em canecos de alumínio, deixar uma bateria inteira de panelas brilhando. Areia para polir e água de chuva para enxaguar. De tão polidas, secando-se ao sol, eram verdadeiros espelhos nos quais se podia enxergar apenas a felicidade trazida como bênção pelo inverno.

  A areia fina dos rios formados por chuva temporã trazia em sua composição mais que partículas de rochas, contava histórias, trazia a ancestralidade, era a voz de muitos caminhos, dos sonhos, a passagem do tempo de seca para a boa fartura. O avô colhia o milho, colocava na esteira para secar e quando seco, debulhava, e à areia misturava-se a magia sagrada. 

 Para a alegria de toda família, a areia no alguidar esquentava e com o fogo bem quente começava estalar, e o milho  transformava-se. 

Enquanto a magia  era feita ele nos perguntava:


-  O que é , o que é?

Uma igrejinha  preta,

Um sacristão de pau, 

Uns anjinhos  dentro

Tocando  berimbau?

  Era um tempo feliz, feito de areia e singeleza. Tempo em que a vida virava pipoca para o bom tempo festejar.


Paula Belmino 


quarta-feira, 10 de março de 2021

Fada Madrinha

                                                                      Mary Cassatt – Lydia fazendo crochê


Cai a tarde.
Na cadeira de fio
se balança Lilia.
Crocheta casaco,
manta, touca, e sapatinho.
Na calçada, em paz
pousa um passarinho.

Embaixo da sombra
Brinca a criança vizinha.
-A bênção madrinha?
Com desejo de sorte
Lilia com amor
A menina abençoa
-Deus te faça feliz,
Com uma vida boa.

A criança corre, sorri,
Feliz a brincar.
Lilia com mãos de fada
inventa um mundo
a crochetar.
Enquanto a menina
Vive a sonhar.

Paula Belmino



Deus te abençoe querida madrinha. Maria Barbosa Eu ainda me acho a criança vendo-a  fazer crochê na calçada embaixo do pé de castanhola.



segunda-feira, 8 de março de 2021

Ser Mulher

 



 

És força, és luta,

O colo que ampara,

As mãos que afagam

Os seios que alimentam.

 

Mas és também livre

Aceitas, ou te fartas.

Resistência e valor,

És mãos calejadas.

 

Útero que aninha

Ou apenas sangra

Nas tuas luas, emancipada

No voo de tuas asas.

 

És anseio, sonho, escolha

O direito de ir, de ser, de querer, não querer.

Corpo e alma abertos para guardar,

E revelar segredos que te fazem mulher.

 

Paula Belmino

 

domingo, 7 de março de 2021

Alquimia de Domingo




Acordo ainda  sonolenta com o som dos pássaros no quintal. A  dor de cabeça  que deitou comigo ainda está ali, chatinha  incômoda.  Levanto, lavo o rosto,  um mini ritual de skin care:  esfoliar a pele oleosa que pesa o olhar, escovar os dentes.  Prendo o cabelo  num  coque  e lavo o óculos,  com o mesmo  cuidado que acabara de lavar os olhos .Depois deles já  não enxergo mais.

Na cozinha passo um  café, e o cheiro me transporta à  casa de meus avós. O avô a torrar  café  num caco sobre a fogueira e depois a socar no pilão,  que em nada parece com este café  moído,  embalado à  vácuo,  que do modo  antigo só permanece o cheiro.  Sirvo uma torrada  e fatias de queijo de manteiga, pedaços  que  trazem alegria e espantam a  dor de cabeça,  mesmo sabendo que mais tarde doerá a barriga, pois além  da visão  afetada, a idade   também trouxe intolerância à lactose,  mas ainda assim vale o prazer de comer o queijinho fresco de manteiga com café  quente. É como  se voltasse  à  infância,  o avô  no quintal  torrando o café,  a avó no fogão à lenha  mexendo nata  de leite  guardada por dias, num caldeirão  fervendo,   mexida com a colher de pau, sem parar,  raspando bem o fundo da panela, para  não  grudar. A nata ia transformando-se, primeiro espuma, manteiga, e depois de coada, a borra. Uma alquimia que saia da panela,  invadia o olfato , enchia a memória  e arquivou minha infância, ainda presente aqui, perfumada como o café, macia  como o queijo, a trazer a lembrança da manteiga, e da  borra com farinha que a avó  oferecia no final do preparo.

O domingo  parece mais leve ao acordar-se assim inerte, sem pressa alguma, sem preocupação, o pensamento abstraído do mundo.  

Tomo o café a sonhar.  Volto a infância, quando  eu era ainda  terra, areia fina nos pés, os joelhos  ralados a brincar vendo o avô pilar café cantando e minha avó de lenço na cabeça junto ao fogão fazendo manteiga, e por fim  entregar-me o caldeirão  frio para raspar. Um caldeirão  mágico  onde os sabores  da infância  feliz foram depositados misturados à fumaça de café torrado, que vervo agora na xícara e no mastigar,  em silêncio absoluto.


Paula  Belmino