domingo, 27 de janeiro de 2019

Até quando esse vale, Vale?


Até quando caminharemos 
por esse vale de lágrimas

de água, minério,
de lama.

Até quando Vale?
O horror, a vergonha,

a triste dor, o horror
como foi em Mariana.
E quando achávamos;
Ficariam apenas cicatrizes, 
vem essa sangria no peito,
na alma outra vez, 
o choro, o vazio,
Tudo jogado na lama.
Um vale amargo,
Dissabor,
A morte se impunha.
E como foi já um dia
com tantas mulheres, homens, crianças,
O rio doce da paz
Chora a desesperança.
Ainda agora, vi a natureza inteira,
uma cidade Mineira,
Perdida por esse vale de lágrimas.
Brumadinho, Minas Gerais
Choramos com você
todos esses doloridos ais.


Paula Belmino

*Arte linda e cheia de sentimento da artista Nice Lopes


Ah! Se no caminho

Só encontrassem beleza e vida 

Como em outrora.
No vale, a sombra da morte
Brumadinho enche-se de lama,

 de dor, de lágrimas, 
uma dura sorte.

A terra chora,
as águas, 
as flores,

os amores que foram embora.


Paula Belmino

Histórias como essas deviam apenas está na literatura e ter ficado no passado, sem nunca machucar a vida.




E quando a gente pensava que a triste tragédia de Mariana -MG tinha ensinado as grandes estatais que não sabem quanto vale a vida e só pensam no lucro.
A história se repete em Brumadinho com mais vítimas do descaso.

O livro de Ana Rapha Nunes  se chama Mariana e é publicado pela Editora InVerso conta a história de uma menina com o mesmo nome da cidade, Mariana, que tem sua vida mudada pela tragédia.
O livro é uma homenagem da autora à cidade, às vítimas, mas nunca se imaginou que este triste fato voltasse em tão pouco tempo se repetir.
Mariana vive com o pai e a mãe, o pai trabalha dirigindo pelas estradas do Brasil afora.E para dar uma vida melhor à família compra uma nova casa noutra cidade.
Mariana ama a escola, língua portuguesa, seus professores. Tem um ótimo com quem duvide segredos e sonha em conhecer o mar.
Deixa sua cidade em busca de uma vida melhor e sai de Timóteo, para Mariana , lá ela cresce, descobre o primeiro amor, faz amizades, até que passa junto com outras pessoas desse momento difícil.
Como termina a história? Com uma lição que deveria ter sido aprendida pela Vale, pelos governantes com leis mais duras para preservar a vida e o meio ambiente.

Histórias assim só deviam ficar nos livros!

*Na foto a resenha da história feita por Anayara Santos

E outro livro que trata a absurdez e a dor de mariana e do Rio Doce e toda a vida ao redor é Um dia, Um rio de Leo Cunha que já tanto falei por aqui, mas vale relembrar para nunca esquecermos e para isso a poesia se presta para denunciar e também humanizar 

Vovó Cicera Conta com muita emoção:




Oremos por Brumadinho -MG


4 comentários:

Anete disse...

Bom domingo!
Triste e lamentável o ocorrido novamente! Clamores aos Céus!! Muita dor no coração pelas vidas e negligências humanas...
Bonita postagem...

chica disse...

Muito triste e pior que é uma tragédia anunciada...PENA!Até quando? bjs praianos,chica

Toninho disse...

Brumadinho chora as lagrimas secas de Mariana.
Brumadinho chora os peixes mortos de sede no Rio Doce.
Brumadinho chora os bois ilhados e famintos em Bento Rodrigues.
Brumadinho chora e na dor que será ainda maior ao ver seu vale cimentar-se em cada dia.
Paula eu menino destas regiões assisto a tudo com os olhos já sem lágrimas, mas com vermelho de revolta pela irresponsabilidade geral.
Eu que amava a Vale como a senhora que sempre cuidou de minha família, que me deu os primeiros brinquedos e cadernos e me levou a universidade. É como se eu tivesse que pedir desculpas pelos desmandos da Vale após ultrapassar os limites de minha Itabira onde ela nasceu. Ultrapassou para crescer assustadoramente e alimentar a ganancia da mais valia, que bem sabemos não respeita nada para o lucro máximo.
Eu lamento Paula, que a Vale cresceu e fugiu do ninho de Itabira para criar terrores por todo o Brasil com seus rejeitos. E sabe lá se minha cidade está segura. Lamento amiga.

Indicação interessante deste livro. Eu ganhei um sobre a registros fotográficos de Mariana
e pensava nunca mais ver tais horrores.
Beijo na Cicera lindo vê-la em ação.]

Poesia dolorosa inspiração.
Meu abraço com carinho para vocês.

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde, querida amiga Paula!
Uma tristeza gigantesca fere nosso 💙 como se tivesse uma espada cravada no peito.
O que não é capaz a ganância, querida?
Uma barbaridade atrás da outra...
Tristeza e luto nos restam e poetar para aliviar.
Felicidades e bênçãos para você!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
😘😘😘