terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Para ser sério é preciso brincar






Tanto tem se falado em brincar, na qualidade do brincar, na valorização da infância, no olhar atentamente para a realidade de nossas crianças. Ea começar por nós pais, que tipo de contribuição estamos passando para nossos filhos? num mundo onde se vive para trabalhar fora de casa e garantir o pão de cada dia? Onde as nossas crianças ficam ou na escola, ou com babás, com as avós, vizinhos e parentes e muitas vezes após horas fora de casa não temos tempo para conversar e nem muito menos para brincar.
Que tipo de brincadeiras poderíamos nós pais propor para quebrar o sedentarismo, as horas expostas em frente a televisão ou ao computador ?
 Uma leitura antes de dormir? afinal ler é brincar e nos livros a gente fantasia, imagina, voa e quer morar. 
Quem sabe uma massagem, uma antiga brincadeira do: Cadê o ratinho que estava aqui? Ali mesmos na cama antes de dormir? E além de interagir, estaríamos desenvolvendo a oralidade, os sentimentos de carinho e afeto, conhecendo o corpo, abraçando um ser pequeno e deixando claro que estamos ali sempre que ele de nós precisar.
Nem bem deitamos e já é hora de acordar, levantar cedo para ir á escola ou ao trabalho,e onde é que fica o tempo para brincar? Que tal montarmos a mesa, e fazermos o café juntos, ou um biscoito? enrolar massa feito massa de modelar? contar as xícaras, talheres e ingredientes? Estaríamos alimentando  o vínculo entre pais e filhos, ajudando a compreender matemática em suas grandezas e medidas, de forma prazerosa, saboreando e experimentando novos aromas e sabores e assim se apropriando de novas sensações e estimulando os sentidos. 
 Antes de sair de casa dar um beijo demorado, um abraço apertado e brincar de esconde-esconde rapidinho, até que ao longo do caminho nos percamos no olhar da criança,já que para os menores é esta confiança que trás segurança: saber que  vamos, mas breve vamos voltar.E ao retornar para casa, mesmo cansados ainda brincar: no banho espumar, pintar os azulejos do banheiro, fazer bolhas de sabão, brincar de monstro e fantasmas de espumas, mas sempre lembrando de conscientizar, afinal não se pode a água desperdiçar.
Brincar, conversar, um jogo, uma advinha? um trava-língua, ou uma parlenda, para gostar de ler e de escrever, anotar recadinhos de amor, cartinhas e desenhos a colorir, brincar de pintar e descobrir cores novas.
Apenas brincar, mesmo quando o tempo é limitado, ou o espaço não oferece tanta opção, está junto e interagir, fazer parte desse mundo e ver o filho se desenvolver saudável, brincando e aprendendo a ser autônomo e feliz.
Brincar é muito sério para ser tratado como algo alheio ao desenvolvimento humano. Brincando aprendemos a resolver conflitos, a compreender o mundo e a nós mesmos, nos tornando seres sociais e intelectuais na prática do bem. 


Para Piaget: “…a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa”.

Então porque parar de brincar?

 


Paula Belmino
*Fotografias de Flávia Alves e Ivelise Medeiros

5 comentários:

Mimirabolante disse...

Muito legal ver vc apoiando e visitando sempre meu trabalho...
A Alice , como sempre uma graça!
Beijocas e muito obrigada pelo carinho,
Monique

Toninho disse...

Um belo texto esclarecedor e estimulador. Brincar para crescer.
Linda a Alice neste meio de fazer crescer belamente.
Muito bom Paula.
Abraços e bela semana a vocês.
Bjs.

Ana Paula disse...

Que belo post Paula! O brincar tem sido engolido, especialmente nas grandes cidades e muito por conta dos eletrônicos - tablete, celulares...
Esse resgate é muito necessário, muito salutar para nossas crianças.
Beijo!

Anônimo disse...

Alice é encantadora! E pelo que vejo, desde sempre! Agora sei o segredo de vocês: brincadeira séria! Lindo! Beijo! Renata

Mari disse...

O brincar é saudável e enriquecedor!