quinta-feira, 30 de abril de 2009

A flor e a Morte

A flor chora sua missão
Enfeitar a morte
Perfumar o caixão
O que se vai
O que já não é
O que não a pode alegrar
A rosa chora seu lamento
Não pode embelezar
Mas como que em sonho
Ver em leve sopro se transformar
Não é sinal de morte
É vida nova a renascer
Sonho de Deus a se encontrar com ele nos ares
E morada celestial
A rosa amarela pálida e nua
Em pétalas se desnuda do ritual
E vê que o que se é pode ser em vida ou morte,
O que precisa é saber olhar
Rosa que era tristeza
Tornou-se vida noutro lugar
Paraíso adornado de flores belas
Que o jardineiro plantou pra lhe acompanhar
E a flor solista e triste
Sorrir ao ver os seus se aproximar


Paula Belmino

Um comentário:

Bergilde disse...

Paula,continuarei comentando no seu blog porque gosto de poesias e vejo nas suas palavras muita perfeiçao.Essa em particular,mesmo parecendo triste, é real e me lembra os poemas de 'Augusto dos Anjos' que meu professor de literatura nos fazia ler na escola media, tempos que jamais esquecerei... Abraços,Bergilde