terça-feira, 17 de março de 2009

A morte na sala de Aula




Nos olhos de uma criança a dor da separação
Na periferia de uma cidade
A morte estendida no parapeito da casa
Á espera de sua mãe
Seu amor não o pode protegê-la
Sua dor não pode fazê-la viver
A negligência e a pobreza
Tiveram o maior poder.
No desenho de uma criança a pintura triste e feia
Em seu falar calado
Lágrimas correram a me dizer
Minha mãe morreu!
Caiu da laje!
E eu ali sem saber o que falar...
Professor das letras
Dos desenhos
Do belo caderno a organizar
Só percebi o tamanho de sua dor
Ao ver seus olhos chorar.
E me pergunto:
O que sou eu, o que ensino, como ajudo a criança a ser cidadã?
Se na dor não fui presente?
Se não pude sua dor sanar?
Se os rabiscos e as letras tortas eu não pude concertar?
Bastaria ter esquecido o bê-á-bá
E ao menino perguntar:
Onde está tua mãe?
Por que você hoje triste está?
Professor aprende todo dia
E nunca deixa de escutar.

Paula Belmino
*Uma poesia pra repensar minha prática em sala de aula.Realmente o menino existiu e mesmo tendo faltado uns dias, ninguém me avisara sobre a morte do seu ente querido, que doeu mais em mim que nele saber assim , pelos olhos lavados em lágrimas de saudade s de sua mãe.
Que Deus a tenha! E que do céu ela o proteja e o faça vencer!

4 comentários:

chica disse...

Que triste isso e tu como professora, seria uma pessoa importante a ser avisada, não? pena! Que ele consiga ir adiante sempre!um beijo,chica

Isabel José António disse...

Querida Poesia do Bem,

Momentos de tristeza que são ainda piores quando não está nas nossas mãos fazer algo.

Post muito sentido pelo qual çlhe damos os parabéns.

Um abraço

José António

sueli disse...

nossa amiga que triste..que Deus te de força para saber como agir com essa criança...o que ela precisa agora é de muito amor

beijos

Anônimo disse...

Nossa que triste, mas é assim, aprendemos a cada momento de nossas vidas! Agora ele precisa de carinho e atenção. E sei que terá sabedoria para agir com essa criança!